quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Democratização da Comunicação e 15 Anos da ASA foram destaques do Encontro Estadual de Comunicação


Regiane Ferreira, comunicadora popular da ASA; Montes Claros – MG; ASA Minas se reuniu para o debate com agricultores/as, técnicos/as coordenadores/as e comunicadores/as. | Foto: ASA Minas. Rede debateu democratização da comunicação. | Foto: ASA Minas

Rede de Comunicadores e Comunicadores Populares, bem como animadores/as, coordenadores/as e agricultores/as do Semiárido mineiro esteve presentes durante o Encontro Estadual de Comunicação Popular no Semiárido, realizados pela Articulação Semiárido Mineiro – ASA Minas.

As atividades foram realizadas entre os dias 27 e 29 de novembro na cidade de Montes Claros, Norte do estado.  Aproximadamente  40 pessoas participaram dos três dias de encontro, que contou com mística, resgate da história dos 15 anos da ASA em Minas Gerais, democratização da comunicação, oficinas, dentre outros.  

Na mesa de debates, diferentes experiências em comunicação garantiram intensas reflexões sobre a comunicação popular no Semiárido. Estiveram presentes nesse debate o educador e indígena Joel Gonçalves de Oliveira, da aldeia Sumaré, território dos Xakriabás (MG).

O agricultor Ednam Silva, do assentamento João Congo, de Varzelândia, que contou sobre a experiência na comunidade com uma rádio comunitária; Florence Poznanski, representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação em Minas Gerais (FNDC-MG) e Decanor Nunes, da coordenação estadual da ASA Minas.

Joel Gonçalves, do território Xakriabá, falou sobre a  importância dos meios de comunicação na comunidade. “Temos em nossa aldeia as reuniões, registros em vídeos e também uma gravadora simples para colocar as músicas que são transmitidas em sala de aula. Temos também uma produção colaborativa com professores e jovens do ensino médio de material impresso como versos, desenhos e histórias.

Uns digitam, outros diagramam o jornal e esse material divulgamos na comunidade. É uma forma de produção do conhecimento. “E, o próximo passo é criar uma rádio comunitária”, explicou. Para Joel, levar a experiência da comunidade indígena  no encontro foi muito importante e ele explica que em pretende criar uma rede de comunicadores na aldeia.

Florence Poznanski (FNDC) falou sobre o projeto de lei de iniciativa popular pela regulamentação da  comunicação. “Infelizmente, o  direito de se comunicar e passar o conhecimento é um direito limitado. Não é universal”, explicou Florence. Ela colocou ainda que as mídias estão concentradas nas mãos de algumas famílias.

 Grupos econômicos e pontuou que a idéia da lei é uma regulamentação mais democrática nas políticas de comunicação no Brasil que possam garantir toda a diversidade do povo. Por isso, a campanha pela democratização da comunicação defende o fortalecimento do setor público de comunicação e com isso a sua destinação a canais comunitários, potencializados por meio de um fundo de comunicação pública.

Durante o encontro, foram realizadas oficinas de produção colaborativa ministrada por Elídia Vidal, representante da Mídia Ninja; oficina de rádios livres com Decanor Nunes; Agitação e Propaganda, ministrada pelo Levante Popular da Juventude, e fotografia com Geovane Rocha, da ASA Minas.

Vários depoimentos marcaram o encontro. Um deles emocionou a todos. A agricultora e presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Chapada do Norte, Maria Aparecida Machado Silva, a Cida, disse de forma simples e profunda sobre o ato de comunicar-se.  Para ela, comunicar é tão importante quanto viver. “A voz que cala é a voz que dói na alma”, disse a agricultora.  

Flash Mob - Para celebrar os 15 anos da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA),  os comunicadores e comunicadores populares da ASA Minas prepararam um flash mob (mobilização rápida) no centro da cidade de Montes Claros. O flash mob foi realizado na  última quarta-feira (26), na Praça Dr. Carlos Versiani e contou com a presença dos jovens do Grupo Fitas, da Pastoral do Colégio Marista e do Grupo de Maracatu. Várias ações foram programadas nos estados em que a  ASA atua no país.

“É no Semiárido que a vida pulsa. É no Semiárido que o Povo Resiste! E é no Semiárido que se faz comunicação popular, por meio do boletim de experiências O Candeeiro, das rádios comunitárias e livres, pela linguagem, pelas mãos, na cultura, na música e por tantos outras formas para modificar a imagem estereotipada do Semiárido comumente associada ao gado morto e terra rachada por uma imagem de uma região bela, forte, cheia de cores e potencialidades.

Fonte: http://www.asabrasil.org.br/ 

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