Assessoria de Comunicação
do Chapada; Araripina – PE; Agricultoras/es
receberam certificados que comprovam a produção orgânica (Foto: Arquivo Chapada)
O
último dia 02, agricultores/as familiares que comercializam produtos na
Feira Agroecológica de Araripina deram um importante passo em direção ao
reconhecimento e a legitimação da atividade e valorização da produção.
Isso
porque o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de
conceder as oito famílias agricultoras da Feira Agroecológica de Araripina, a
Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado à OCS, um certificado que comprova
aos consumidores a condição de produtor orgânico. A medida identifica as
unidades de produção orgânica, garantindo que os direitos dos consumidores e
produtores sejam respeitados.
A
declaração é determinada por lei, através do MAPA, que exige o cadastro da
Organização de Controle Social (OCS), categoria na qual está inserida a Feira
Agroecológica de Araripina. A OCS pode ser formada por um grupo, associação ou
cooperativa de agricultores/as familiares que pretende fortalecer a relação de
organização, estabelecendo o compromisso e conquistando a credibilidade da
população, o que vem, no caso da feira, a ser comprovado com a Declaração de
Cadastro.
O
engenheiro agrônomo e técnico de campo da ONG Chapada, Tales Matos, explica que
a conquista é fruto de dez anos de trabalho, e a principal mudança é que os/as
agricultores/as feirantes terão respaldo para assegurar a qualidade orgânica de
seus produtos.
“A Feira Agroecológica de Araripina completou
dez anos na cidade e apesar de já ter fidelizado um universo significativo de
consumidores, o certificado é importante não só aos olhos da lei, mas também
por ter a liberdade assegurada na comercialização da produção, que comprova o
caráter orgânico e agroecológico dos produtos”, resume.
Tales
ainda diz que nada muda em relação ao modo de produção das famílias
agricultoras, pois ao longo de 10 anos, as práticas desenvolvidas nas
propriedades se baseiam apenas no uso de defensivos naturais nas plantações,
com um olhar voltado para preservação ambiental. “Durante a assessoria técnica,
é possível trocar experiências e ampliar o conhecimento do técnico e do/a
agricultor e a consolidação desse processo é o resultado que nós vemos hoje”,
complementa.
Tales Matos e Nilson Dias - Para o agricultor Nilson Dias, do Sítio
Samambaia, a declaração traz mais segurança tanto para quem compra, como para
quem vende. “Para nós este documento é como se fosse um troféu, uma grande
conquista pela qual estamos trabalhando há muito tempo. É uma vitória alcançar
este reconhecimento” afirma.
O
agricultor Heleno Nascimento é um dos fundadores da feira agroecológica e
relembra que a comercialização dos produtos agroecológicos melhorou as
condições, já que mais da metade da renda familiar vem da feira. Além dele,
outras sete famílias comercializam a produção no Centro Hortifrutigranjeiro de
Araripina, espaço onde está localizada a feira agroecológica do município.
Para o
grupo de feirantes, o próximo passo é identificar outras famílias agricultoras
com potencial para comercializar o excedente agroecológico da produção. A ideia
é ampliar a feira, fortalecer a agricultura familiar local e alcançar um número
maior de consumidores/as.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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