Carmen Lúcia, atual ministra do Supremo Tribunal Federal (STF),
defendeu há pouco uma transformação no sistema político brasileiro.
De acordo com a juíza, uma reforma com mudanças pontuais não será
suficiente para atender as demandas da sociedade. Em seu pronunciamento durante
congresso sobre direito constitucional em Brasília, na sexta-feira, 28 de
novembro, ela utilizou a metáfora “maquiar um cadáver” para fazer alusão a esse
processo.
Para a juíza, os questionamentos atuais são um sinal de que o
modelo político vigente no Brasil não deu certo. "Não é possível que uma
sociedade viva de sobressaltos éticos e institucionais. Como está, não está
bom".
Ela acredita que o Brasil adota um modelo invertido de promoção de
mudanças políticas no qual a sociedade pouco participa. "Aqui, o Estado
resolve em que momento ele permite que órgãos instituídos pelos dirigentes
trabalhem sobre os temas que sejam da sociedade", disse, após afirmar que
na Alemanha, a sociedade quem atua e toma decisões políticas.
Uma das principais dificuldades em promover a reforma política,
segundo ela, tem relação com os próprios legisladores. "Quem faz a reforma
é exatamente quem chegou aos cargos por meio das normas que se pretende
mudar.
Há muita gente satisfeita com o modelo político que aí está",
destacou. Segundo Cármen Lúcia, o papel do STF nesse cenário será de traçar os
caminhos que não podem ser tomados na política.
Da Agência CNM, com informações do
Estadão
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