terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Previdência Social já supera os 32 milhões de benefícios emitidos

Agricultora da terra de Luiz Gonzaga foi segurada que atingiu a marca. (Foto: Roberto Homem)
Desde pequena, Greice Pereira costuma acordar às cinco da manhã todos os dias. Ainda criança, já ajudava o pai a cuidar do roçado e das cabeças de gado na fazenda onde a família morava, em Santana do Cariri, no Ceará. Agora, poucos meses após completar 55 anos de idade e de ter recebido o primeiro pagamento de sua aposentadoria rural, ela poderá, se quiser, dormir até mais tarde.
Mas ela já avisou que não quer. “Vou continuar trabalhando enquanto puder e Deus ajudar”. Greice Reinaldo dos Santos Pereira é a segurada que atingiu a marca de 32 milhões de benefícios pagos pela Previdência Social.
A quantidade de 32 milhões de benefícios emitidos pela Previdência foi atingida em outubro. Naquele mês, o repasse para os segurados de todo o Brasil atingiu o montante de R$ 29,8 bilhões.

A maior parte dos benefícios (71,2%) foi paga à clientela urbana. Os outros 28,8% foram destinados aos beneficiários da área rural, como é o caso de Greice Pereira. Em Exu, Pernambuco – cidade na qual ela reside desde os 15 anos de idade – foram pagos 1.058 benefícios urbanos e 5.488 rurais, totalizando 6.546. O valor total repassado pela Previdência ultrapassou os R$ ­­­­4,2 milhões.
Exu é um município pernambucano que faz divisa com o Ceará. A cidade é conhecida por ser a terra natal de Luiz Gonzaga. A principal atração é a antiga fazenda do “rei do baião”. Lá estão instalados um museu em homenagem ao artista e o mausoléu onde o seu corpo está enterrado.
“Luiz Gonzaga era muito amigo da nossa família, dancei muito com ele”, recorda Greice Pereira. Ela conta que quando o sanfoneiro terminava seus shows em um clube chamado “Ninho da Asa Branca”, em Exu, gostava de participar de rodas de samba e forró e de dançar com as garotas da cidade.
Vida – Apesar de sua família ser de Exu (PE), Greice Pereira nasceu a 50 quilômetros de distância de lá, em Santana do Cariri (CE). Seu pai trocou Pernambuco pelo Ceará para “tomar conta” de uma fazenda.Depois de concluir a quarta série do antigo primário, ela foi obrigada a interromper os estudos. Era sacrifício demais.

“Tinha que caminhar mais de uma légua (cerca de seis quilômetros) para estudar. Na volta, ia para a roça, depois, tinha que trabalhar em casa”, justifica. Ela tinha três irmãos, sendo um adotivo, e três irmãs. Todos trabalharam na agricultura. Greice é a segunda mais velha. O primogênito morreu em abril.

Filha de Greice pretende cursar Universidade. (Foto: Roberto Homem); Aos 28 anos, Greice Pereira casou. O ex-marido (atualmente estão separados), também agricultor, é paraibano. Tiveram dois filhos.Francisco Hallyson e Rayanny Mayra. O menino mudou-se para Vitória, no Espírito Santo, onde trabalha como garçom, em uma churrascaria. 
A menina concluiu o segundo grau e está aguardando o resultado do Enem. “Enquanto a faculdade não vem, ela vai continuar a me ajudar na roça”, garante a nova aposentada. “Mas ela vai ter uma boa profissão, se Deus quiser: não vai seguir a carreira da mãe, vai trocar a enxada pela caneta”, vaticina.
Greice Pereira revela que a sua vida nunca foi fácil. Trabalhava no roçado durante o dia e costurava à noite, para sustentar os filhos. “Mas, graças a Deus, nunca passaram fome”. Ela plantava feijão, milho e mandioca, para o consumo da família. O excedente da mandioca era vendido. “A seca castigou bastante, teve ano em que a produção foi quase zero”.
Nestes períodos, ela sobreviveu criando galinhas ou outros animais de pequeno porte, para garantir a subsistência. Conquistar a aposentadoria sempre foi um objetivo. Seu pai aposentou-se pelo extinto Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
“Sempre guardei as provas do meu trabalho no campo, como os recibos das sementes que eu tirava para plantar. Sempre me preocupei. Quando precisei, estava tudo direitinho”, orgulha-se.
Desempregados também podem contribuir para a Previdência Social e manter direitos; As pessoas desempregadas também podem contribuir para a Previdência Social e ter direito aos benefícios, como aposentadorias e auxílios. A categoria é a de segurado facultativo.

Quem já possui PIS deve utilizar esse número para efetuar as contribuições. Quem nunca trabalhou e não tem PIS pode fazer a inscrição no portal da previdência. O facultativo faz os recolhimentos com alíquota de 20% sobre a remuneração declarada, respeitando o limite do salário mínimo e do teto da Previdência – atualmente R$ 4.390,24.

A contribuição também pode ser feita apenas sobre o salário mínimo, com a alíquota de 11%. Mas essa forma de contribuição não dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição.  

A data de vencimento para os facultativos é dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem. O cálculo da contribuição previdenciária, com emissão da guia para pagamento pode ser feito no site www.previdencia.gov.br.

Fonte: CONFETRAF BRASIl

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