Bem que eu desconfiava, PSDB não assina pedido de criação de CPI sobre caso de contas do HSBC
Foi lido nesta sexta (27) o
pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar
denúncias de contas secretas feita pelo HSBC.
O senador Randolfe Rodrigues
(Psol-AP), que fez o pedido, com o apoio de mais 33 senadores, 6 a mais que o
mínimo necessário para a criação de uma CPI, denuncia o papel da mídia
nacional.
Que não tem dado a cobertura que
exige o escândalo conhecido como Suiçalão. Os senadores do PSDB, Aécio
Neves, Aloysio Nunes e Álvaro Dias não assinaram o pedido.
O escândalo envolve a abertura de
contas irregulares abertas pelo HSBC para acobertar fortunas de clientes
multimilionários, blindando-os de todas as obrigações fiscais e mesmo da
comprovação da origem dos recursos, que podem resultar de atividades
criminosas.
O caso que veio a público por
meio da imprensa internacional “trata-se de um arrojado esquema de
acobertamento da instituição financeira, operacionalizado na Suíça, que
beneficiou mais de 106 mil correntistas, de mais de 102 nacionalidades.
“Cuja monta total de recursos
manejados às escuras perfaz um cifra superior a U$ 100 bilhões, entre o período
de 1998 a 2007, em que 8.667 deste total são de brasileiros”, explic ao senador
na justificativa do pedido da CPI.
O Brasil ostenta a 4ª posição em número de pessoas envolvidas, com uma
expectativa de mais de U$ 7 bilhões ocultados do Fisco.
Para o senador, “a lista dos
titulares das contas certamente guarda estreita relação com outras redes de
escândalos do grande crime organizado do país e do mundo.”
Randolfe explica que “em tempos de arrocho fiscal e austeridade, é inadmissível
que a sanha fiscal recaia tão somente sob os ombros da classe trabalhadora
brasileira, enquanto os grandes concentradores de renda se valem de redes
criminosas para ocultar suas vultosas riquezas.”
Ele defende que todo o rigor da lei seja aplicado nas situações concretamente
identificadas como irregulares, defendendo o papel do parlamento na apuração e
publicização da empreitada.
O senador também critica o fato de que “o escândalo do Suiçalão tem sido
sistematicamente ignorado pelos grandes veículos de comunicação e essa
seletividade, por assim dizer.
Deixa cristalino o envolvimento
de personagens poderosos, que possa sempre se servir da benevolência de setores
da imprensa. É bom que se destaque que a Imprensa mundial tem dado o relevo
adequado ao trato da questão.”
“A viabilização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, além de dar
efetividade à função fiscalizatória constitucionalmente atribuída ao
Parlamento.
Força todos os segmentos da
sociedade a pautarem com transparência o escândalo que beneficiou alguns
milhares de sonegadores milionários.
Joga luz sobre os procedimentos
investigatórios em curso e mesmo os otimiza, na medida em que é próprio das
prerrogativas de comissões desta natureza contar com os poderes próprios das
autoridades investigativas”, diz ainda a justificativa da CPI.
Fonte: Portal Vermelho
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