sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Projeto levará 5 mil tecnologias para o Semiárido até 2016

Sara Brito - Centro Sabiá; Cisterna em escola na comunidade Sítio Japecanga, em Caruaru, Agreste pernambucano / Foto: Alex Carvalho - Acervo Centro Sabiá

Em 2015 será retomado o projeto Cisterna nas Escolas em 255 municípios do Semiárido brasileiro. Realizado pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o projeto beneficiará 2.500 escolas até o final do ano. A meta é a construção de 5 mil tecnologias até 2016. 

Para a execução dessa primeira etapa 30 organizações foram selecionadas, entre elas o Centro Sabiá. Conversamos com Rafael Neves, coordenador do projeto pela ASA. Confira abaixo a entrevista! Canto do Sabiá: Qual a relação do projeto Cisterna nas Escolas com outros projetos da ASA, como o P1+2 (Programa Uma Terra Duas Águas) e o P1MC (Programa Um Milhão de Cisternas)?

Rafael Neves: O projeto Cisternas nas Escolas faz parte do Programa de Formação e Mobilização Social para o Semiárido, da ASA, e segue a metodologia e componentes dos demais Programas da Articulação. Em certa medida se aproxima do P1MC na perspectiva de que prioriza a água para consumo humano, mais abre um potencial, como os dois Programas; a possibilidade de ter a água como elemento catalisador de debates e reflexões.

CS: Como é a situação do abastecimento de água nas escolas do Semiárido?RN: Segundo dados do Ministério da Educação (MEC) mais de 10.000 escolas da região Semiárida não têm acesso à água seja por não serem ligadas a rede de abastecimento, ou não terem acesso a outro tipo de fonte. CS: O projeto traz concretamente para um ambiente de construção do conhecimento a dimensão da convivência com o Semiárido. Como isso será tratado efetivamente durante o projeto?

RN: Antes de mais nada, o objetivo principal é possibilitar a estocagem de água nas escolas, para garantir a manutenção das aulas nos períodos de estiagem. Todavia, há o componente capacitação, onde funcionários das escolas e professores participarão de cursos de gerenciamento hídrico e de oficinas de Educação Contextualizada.

A ideia é estimular os profissionais das escolas a trabalharem o conhecimento a partir da realidade que vivem os alunos, valorizando essa realidade, e construindo o conhecimento com aquilo que já se conhece, sendo desafiado pela realidade onde estão inseridos. CS: Qual a importância de um projeto como este na vida dos meninos e meninas do Semiárido?

RN: Essas escolas não conseguem garantir 200 dias de aula no ano letivo, o que leva ao atraso do desenvolvimento educacional das crianças da região. Muitas dessas crianças têm a responsabilidade, em suas casas, de buscarem água em cacimbas e açudes, por vezes distantes de suas casas. Esse é um ganho real na vida das crianças.

Se conseguirmos em algumas escolas provocar processos educativos mais adequados à realidade das crianças, também contribuiremos com a autoestima dos alunos que vivenciarão uma ação pedagógica que valoriza os saberes de seus pais e seus descendentes, que construíram estratégias de convivência com a região e que garantiram a reprodução social da população sertaneja.

Fonte: http://www.asabrasil.org.br/

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