segunda-feira, 20 de abril de 2015

Encontro Territorial na Bahia discute Terra, Água e Produção

Vanderleia Costa; Encontro teve participação de famílias agricultoras e representantes das Comissões Municipais e entidades que atuam no território do Oeste da Bahia | Foto: Arquivo Acefarca

Debates, avaliação, contextualização, troca de experiências, disseminação do conhecimento impulsionaram o Encontro Territorial da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), realizado pela Associação Comunitária da Escola Família Agrícola Rural de Correntina e Arredores (Acefarca), como uma das atividades executadas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).

O encontro, realizado nos dias 9 e 10 deste mês, no município de Santana na Bahia, foi um momento ímpar para as famílias, comissões municipais da ASA e entidades, que discutiram, avaliaram e planejaram novos passos para dar continuidade à caminhada por Semiárido cada vez mais solidário e participativo.

Com o tema “Terra, água, produção, direito do cidadão”, o encontro foi marcado por uma diversidade de conteúdos que compreenderam o tema central. Dando enfoque a questão do acesso a terra, Abeltânia Souza, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Oeste da Bahia, relatou algumas questões referentes ao tema, como a distribuição de terras no Brasil e as desigualdades causadas por esse fator.

Aimportância do bioma Cerrado para a nossa região, apresentando estatísticas que demonstram a destruição e o desmatamento desenfreados desse bioma nos últimos anos; dados do trabalho escravo e a grilagem de terras em várias regiões do Brasil; conflitos de terras existentes no oeste da Bahia, destacando a luta diária enfrentada pelos trabalhadores rurais dos fundos de fecho de pasto.

Sobre a temática da produção, Valmir Nascimento, representante do Movimento Estadual de Trabalhadores Acampados, Assentados e Quilombolas da Bahia (Ceta), enfatizou a agroecologia como alternativa sustentável, destacando a importância da produção agroecológica nas comunidades, para a garantia da segurança alimentar e nutricional das famílias. Defensivos naturais, agrotóxicos e preservação das sementes crioulas, também foram assuntos debatidos e facilitados pelo assessor.

Após todas essas discussões e enriquecimento de conhecimentos, os participantes fizeram uma visita de campo na propriedade de Zenilda Lima e Antonio Naziozeno, na comunidade de Atoleiro, município de Serra Dourada. 

A família é um exemplo de quem produz de forma orgânica com orgulho e dedicação. Na propriedade, os participantes do encontro puderam trocar experiências com a família e conhecer o local que possui uma diversidade de frutíferas, hortaliças, ervas medicinais, plantas ornamentais, além da criação de animais de pequeno porte.

Zenilda deixa claro em sua fala, o quanto a família preza pela produção totalmente orgânica na propriedade: “Aqui a gente não deixa entrar nenhum tipo de veneno. Quando precisa, eu mesmo faço os remédios pra jogar nos pés de frutas e nas hortas. Eu faço com ninho, cinza, pimenta, eu sempre usei esses remédios naturais, pois é diferente, não prejudica nossa saúde, nem as plantas. E as pessoas que compram perguntam se é tudo natural.”

Com inúmeras possibilidades de discussões geradas a partir do tema central, o encontro territorial também foi um momento para fazer uma retomada histórica da ASA e sua caminhada durante esses 15 anos. Posteriormente, foram apresentados e debatidos alguns itens sobre o Projeto de Lei de Convivência com o Semiárido.

Quem facilitou essas discussões foi Liliane Oliveira e Maria da Glória, representantes da Rede de Organização em Defesa das Águas (Roda). Tivemos ainda a contribuição de João Trajano.

Representante da Central de Associações de Santana, que ressaltou a importância das comunidades organizarem suas associações para facilitar o acesso a alguns programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE

Fonte: http://www.asabrasil.org.br/

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