Vanderleia Costa; Encontro teve participação de famílias agricultoras e
representantes das Comissões Municipais e entidades que atuam no território do
Oeste da Bahia | Foto: Arquivo Acefarca
Debates,
avaliação, contextualização, troca de experiências, disseminação do conhecimento
impulsionaram o Encontro Territorial da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA),
realizado pela Associação Comunitária da Escola Família Agrícola Rural de
Correntina e Arredores (Acefarca), como uma das atividades executadas pelo
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).
O
encontro, realizado nos dias 9 e 10 deste mês, no município de Santana na
Bahia, foi um momento ímpar para as famílias, comissões municipais da ASA e
entidades, que discutiram, avaliaram e planejaram novos passos para dar
continuidade à caminhada por Semiárido cada vez mais solidário e
participativo.
Com o
tema “Terra, água, produção, direito do cidadão”, o encontro foi marcado por
uma diversidade de conteúdos que compreenderam o tema central. Dando enfoque a
questão do acesso a terra, Abeltânia Souza, agente da Comissão Pastoral da
Terra (CPT) do Oeste da Bahia, relatou algumas questões referentes ao tema,
como a distribuição de terras no Brasil e as desigualdades causadas por esse
fator.
Aimportância do bioma Cerrado para a nossa região,
apresentando estatísticas que demonstram a destruição e o desmatamento
desenfreados desse bioma nos últimos anos; dados do trabalho escravo e a
grilagem de terras em várias regiões do Brasil; conflitos de terras existentes
no oeste da Bahia, destacando a luta diária enfrentada pelos trabalhadores
rurais dos fundos de fecho de pasto.
Sobre a
temática da produção, Valmir Nascimento, representante do Movimento Estadual de
Trabalhadores Acampados, Assentados e Quilombolas da Bahia (Ceta), enfatizou a
agroecologia como alternativa sustentável, destacando a importância da produção
agroecológica nas comunidades, para a garantia da segurança alimentar e
nutricional das famílias. Defensivos naturais, agrotóxicos e preservação das
sementes crioulas, também foram assuntos debatidos e facilitados pelo assessor.
Após
todas essas discussões e enriquecimento de conhecimentos, os participantes
fizeram uma visita de campo na propriedade de Zenilda Lima e Antonio Naziozeno,
na comunidade de Atoleiro, município de Serra Dourada.
A família é um exemplo
de quem produz de forma orgânica com orgulho e dedicação. Na propriedade, os
participantes do encontro puderam trocar experiências com a família e conhecer
o local que possui uma diversidade de frutíferas, hortaliças, ervas medicinais,
plantas ornamentais, além da criação de animais de pequeno porte.
Zenilda
deixa claro em sua fala, o quanto a família preza pela produção totalmente
orgânica na propriedade: “Aqui a gente não deixa entrar nenhum tipo de veneno.
Quando precisa, eu mesmo faço os remédios pra jogar nos pés de frutas e nas
hortas. Eu faço com ninho, cinza, pimenta, eu sempre usei esses remédios
naturais, pois é diferente, não prejudica nossa saúde, nem as plantas. E as
pessoas que compram perguntam se é tudo natural.”
Com
inúmeras possibilidades de discussões geradas a partir do tema central, o
encontro territorial também foi um momento para fazer uma retomada histórica da
ASA e sua caminhada durante esses 15 anos. Posteriormente, foram apresentados e
debatidos alguns itens sobre o Projeto de Lei de Convivência com o Semiárido.
Quem
facilitou essas discussões foi Liliane Oliveira e Maria da Glória,
representantes da Rede de Organização em Defesa das Águas (Roda). Tivemos ainda
a contribuição de João Trajano.
Representante da Central de Associações de
Santana, que ressaltou a importância das comunidades organizarem suas
associações para facilitar o acesso a alguns programas como o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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