Em entrevista ao Seu
Jornal, da TVT, na quarta-feira (20) o escritor, teólogo, filósofo e ecologista
Leonardo Boff defende para o Brasil um modelo de "democracia que vem de
baixo", para além dos limites da representatividade.
"Em que a população
participe, discuta os projetos e ajude a formular uma visão do país". Para
ele, frente às atuais desigualdades sociais, a democracia se apresenta mais
como "farsa do que realidade".
O teólogo diz que "é
fundamental fazermos uma reforma política", que garanta a representação
popular, já que as forças dominantes, "que nunca deixam de ser
dominantes", ocupam todo o espaço do Estado.
Boff defendeu a criação de
uma lei, aos moldes do que existe em outros países, que obrigue os
parlamentares a prestarem contas de sua atuação às bases e que, caso não
satisfizer as demandas delegadas pelo povo, possa ter o mandato revogado.
Sobre as insistentes
ameaças de impeachment da presidenta Dilma por partidos e grupos da oposição,
Boff diz se tratar de "mais uma ameaça vazia que os grupos mais
radicalizados levantam", e que o ódio propalado por tais eles "tira o
véu de uma luta de classes que existe que eu diria que nem luta era, porque era
a vitória total de uma classe contra a outra”.
"Esses 36 milhões,
uma Argentina inteira, que foram incluídos e saíram da miséria e da fome, estão
ascendendo, ocupando os lugares. A empregada está usando o mesmo perfume que a
patroa, o mesmo restaurante."
Leonardo Boff defendeu,
ainda, o princípio da igualdade de oportunidade. "Devemos nos respeitar e
dar chances para que todo mundo suba."
Fonte: Rede Brasil Atual
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