ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alfinetou nesta quinta-feira
(14) o ex-presidente Fernando Henrique Cardozo ao afirmar que existia corrupção
no passado, mas não era investigada.
"Há muita coisa no passado que foi arquivada, engavetada. Hoje se pode
detectar, apurar e punir com uma dimensão que não havia no passado", disse
Cardozo, em entrevista ao jornalista Mario Sergio Conti, na GloboNews.
Cardozo
destacou que o Brasil deu um verdadeiro salto de qualidade no combate à
corrupção nos últimos anos. "Nunca se investigou a corrupção no País como
hoje se investiga.
Mas é
preciso ir além", ressaltou. Ele citou como exemplo para a conquista a
criação, pelo governo federal, de institutos novos.
Como o
fortalecimento da Controladoria Geral da União (CGU) e mecanismo de
transparência, e o fato de o governo ter assegurado a autonomia da Polícia
Federal e respeito ao Ministério Público, nomeando pessoas que investigam.
De acordo com o ministro, a decisão de combater a corrupção na última década
também representou um risco para o governo, hoje bombardeado de críticas como
se fosse a única gestão a ter cometido atos irregulares.
"Quando
se combate a corrupção, você a evidencia à luz do sol e se cria uma sensação de
que não existia antes. É como uma doença oculta, que quando você descobre, você
percebe o incômodo", disse.
Questionado sobre uma possível demora na regulamentação da Lei de Combate à
Corrupção, o ministro explicou que a maior parte dos dispositivos da legislação
é autoaplicável.
E
explicou que o governo despendeu tempo debatendo os aspectos jurídicos para
evitar uma regulamentação açodada. "Não ficou inibida a aplicação de
nenhum dispositivo da lei nesse período", acrescentou.
Fonte:
Brasil 247
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