quinta-feira, 30 de julho de 2015

Ex-advogada diz que delator da Lava Jato 'tinha medo de chegar a Cunha'


A advogada Beatriz Catta-Preta ao lado de seu então cliente Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras, durante depoimento na CPMI da Petrobras.

A ex-advogada de nove delatores da Operação Lava Jato, Beatriz Catta Preta, disse em entrevista exibida nesta quinta-feira (30) ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que um de seus clientes, o empresário Júlio Camargo, tinha "medo de chegar" ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em suas delações.

Beatriz, que deixou os casos envolvendo a Lava Jato no último dia 22 e foi convocada a depor na CPI da Petrobras, também afirmou que está deixando a profissão após receber "ameaças veladas" de integrantes da CPI. "Vamos dizer que aumentou essa pressão, essa tentativa de intimidação a mim e à minha família", disse.

Isso teria acontecido após a mudança nas declarações de Júlio Camargo à Justiça em regime de delação premiada. O lobista foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Lava Jato.

Em o maio deu depoimento dizendo que o intermediário das propinas pelo PMDB era Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano. Em julho, mudo a versão e disse que Baiano estava sendo pressionado por Cunha para pagamento de propina.

"O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso, dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando e que ele era merecedor de 5 milhões de dólares", afirmou Camargo em seu segundo depoimento.

A advogada Beatriz Catta Preta recentemente deixou o Brasil e passou alguns dias em MIami (EUA), mas negou relação entre a viagem e as supostas ameaças. "Não estou morando em Miami, saí de férias". Viajo “para lá sempre que meus filhos saem de férias”, justificou.

Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br

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