A direita brasileira está
indócil desde a última quinta-feira, quando, por oito votos a três, o Supremo
Tribunal Federal proibiu o financiamento empresarial de campanhas políticas,
num julgamento conduzido pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente da
corte.
O julgamento da ação
proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil foi influenciado pela percepção
crescente da sociedade brasileira de que as doações privadas são a origem dos
principais escândalos de corrupção do País, como o da Petrobras e o da compra
de trens pelo metrô de São Paulo – ainda que o grau de punições seja bem
diferente.
Neste fim de semana, dois
veículos de comunicação alinhados à direita protestaram. Em Veja, a decisão do
STF foi classificada como "estupidez". "Os ministros quiseram
dar um basta na corrupção e terminaram por dar-lhe um formidável impulso",
diz o editorial da revista.
O Globo, dos irmãos
Marinho, publicou editorial na mesma linha e afirmou que o STF
"institucionalizou o caixa dois no Brasil", como se a proibição do
STF existisse para ser descumprida. Argumento semelhante foi usado pelo senador
Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Antes deles, quem se
revoltou foi o blogueiro Reinaldo Azevedo, que lamentou até não ter asas e bico
para poder voar para bem longe daqui (relembre aqui).
Ecoando argumentos de
Reinaldo, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre, Fernando Holiday, que
organiza atos contra a corrupção, também protestou (leia aqui). Tamanha
indignação deixa no ar uma dúvida: a direita não conseguirá mais eleger seus
representantes sem a força do dinheiro?
Fonte: Brasil 247
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