Os intocáveis do Trensalão
tucano Justiça quando será?
á virou motivo de galhofa
nas redes sociais. Basta se filiar ao PSDB para nunca ser investigado por denúncias
de corrupção e, muito menos, ser preso! Nesta semana, o escândalo do
"trensalão tucano" - que a mídia chapa-branca batizou carinhosamente
de "cartel dos trens" - completa um ano sem que qualquer investigação
tenha avançado.
O principal inquérito criminal
sobre o caso está parado - ou encalhado - no Ministério Público Federal. Até
hoje, nenhum tucano de alta plumagem foi acionado. Alguns deles, que ocuparam
importantes postos nos governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin,
seguem fazendo discursos hipócritas contra a corrupção e posando de vestais da
ética.
O registro desta data
emblemática foi feito pela Folha - que só não fez autocrítica por até hoje não
ter acionado seu exército de "jornalistas investigativos" para apurar
o escândalo. Na reportagem assinada pelos repórteres Reynaldo Turollo e Flávio
Ferreira fica patente a impunidade do tucanato.
"Um ano após ser
concluído pela Polícia Federal, o principal inquérito criminal que investigou o
cartel acusado de fraudar licitações de trens em São Paulo entre 1998 e 2008,
em sucessivos governos do PSDB, está parado no Ministério Público Federal.
Responsável pelo caso, o procurador Rodrigo de Grandis ainda não decidiu se
apresenta à Justiça denúncia criminal contra os suspeitos do caso".
O tal procurador da
República é famoso por suas afinidades com o tucanato e seu ódio ao PT. Para o
jornalão da famiglia Frias, ele alegou que ainda não protocolou a acusação
formal porque aguarda o envio de documentos bancários por autoridades
estrangeiras para comprovar crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
As investigações da
Polícia Federal apontaram 33 pessoas suspeitas de praticar os crimes de
corrupção ativa e passiva, formação de cartel, fraude de licitações, evasão de
divisas e lavagem de dinheiro. O inquérito da PF foi finalizado em 28 de
novembro de 2014.
Entre os indiciados estão
o ex-presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mario
Bandeira, o ex-gerente de Operações, José Luiz Lavorente, e os ex-diretores da
estatal João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo. Na
lista de acusados estão ainda os ex-diretores das empresas Siemens, Alstom,
CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans, além do consultor Arthur
Gomes Teixeira.
"Para a PF, os
indícios reunidos seriam suficientes para iniciar a ação penal... Porém, para
Grandis, ainda faltam provas sobre algumas contas bancárias e empresas
localizadas no exterior". Enquanto o procurador engaveta o caso, os chefes
no "trensalão tucano" seguem impunes!
O próprio jornal lembra
que o tal procurador é uma figura sinistra. “Em 2013, Grandis foi alvo de duas
apurações, no Ministério Público Federal e no Conselho Nacional da classe, por
ter levado cerca de três anos para atender um pedido da Suíça, que investigava
pagamento de suborno pela Alstom a servidores paulistas”.
À época, ele disse que o
pedido fora arquivado numa pasta errada e por isso não teve andamento... “Em
outubro, Grandis passou a integrar a força-tarefa que vai assumir parte da
Operação Lava Jato desmembrada pelo STF para a Justiça em São Paulo”. Talvez nesta força-tarefa, que tem como
principal alvo o PT, Rodrigo Grandis não arquive as provas "numa pasta
errada" e seja mais ligeiro nas suas investigações.
O lento trem do PSDB e da
mídia; Diante
deste absurdo, a Folha até publicou nesta terça-feira (24) um editorial,
intitulado "O lento trem do PSDB", para manifestar a sua indignação.
O texto, bem sensato, observa que “diante da celeridade com que transcorreram
as investigações do mensalão e do petrolão, causa espécie a modorra com que são
apuradas as alegadas fraudes em serviços ferroviários metropolitanos no Estado
de São Paulo”.
“Como estas atingem
governos do PSDB, se cristaliza em parte da opinião pública a suspeita de que
os processos andam mais rápido quando na mira se acha o PT”. Será que esta
atrasada constatação decorre de alguma pesquisa do Datafolha que não foi
divulgada? Ou a Folha, sempre tão seletiva e parcial, está preocupada com a sua
credibilidade... já que ela sempre bravateia que "não tem o rabo
preso"?
Se for esta última
hipótese, ainda é tempo do jornal da famiglia Frias - que nunca escondeu seu
apoio ao tucanato e a sua "posição oposicionista" ao governo
lulopetista, segundo confissão de Judith Brito, executiva da empresa e ex-presidente
da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) - de investir mais na apuração do
"trensalão tucano".
Afinal, o escândalo é
gravíssimo, envolve bilhões dos contribuientes paulistas e ainda não morreu -
apesar do "engavetador" Rodrigo de Grandis. A Folha também poderia
investigar com mais afinco outros casos escabrosos envolvendo os governos do
PSDB em São Paulo. Em julho passado, por exemplo, o doleiro Alberto Youssef,
preso na midiática Operação Lava-Jato, afirmou na sua "delação
premiada" que participou de um esquema de corrupção na Secretaria da
Fazenda de São Paulo.
Segundo relato do portal
Terra, "ao menos R$ 35 milhões teriam sido pagos em propina aos fiscais do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre 2006 e
2012" - durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin. Na ocasião,
"cinco fiscais de renda da Secretaria da Fazenda de São Paulo foram presos
na cidade de Sorocaba, região do Vale do Paraíba, interior paulista, e no Mato
Grosso do Sul". O assunto, porém, já sumiu da imprensa.
Até hoje, a mídia
chapa-branca evita aprofundar as investigações sobre o explosivo esquema.
Quando se refere às mutretas dos fiscais paulistas, ela evita citar o nome do
governador Geraldo Alckmin. Ex-seguidor da seita Opus Dei, o tucano até parece
um santo. Ele não tem qualquer responsabilidade no caso.
"O prejuízo causado
por essa organização é imensurável”, afirmou o promotor Roberto Bodini ao
portal Terra. Será que a Folha, agora indignada com o "trensalão"
atrasado, não topa apurar mais este escândalo? Ou a indignação do jornal também
é seletiva e oportunista? (Por Altamiro
Borges)
Fonte:
altamiroborges.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário