A política brasileira conquistou um grande avanço em 2015: o fim
do financiamento empresarial de campanhas. Em setembro, o Supremo Tribunal
Federal (STF) declarou como inconstitucional o financiamento eleitoral por
empresas.
No mesmo mês, a presidenta Dilma Rousseff vetou este tipo de
doação na minirreforma eleitoral. Com isso, as eleições de 2016 já serão
realizadas sem as doações empresariais.Para o secretário de Comunicação e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Alberto Cantalice, esta mudança reforçará as campanhas pela internet, por meio das redes sociais.
Ele ainda afirma que o PT se adequará à nova realidade ampliando a
campanha pela internet. “É indiscutível que o peso das redes sociais na
campanha de 2016 será bem maior.
Na eleição passada, tínhamos 54% do eleitorado brasileiro ligado à
internet. Agora, já são 70%”, explicou, em entrevista ao jornal “Correio
Braziliense”. Além disso, Cantalice avalia que a campanha de rua, com o corpo a
corpo, também ganhará mais importância nas eleições deste ano.
“Vamos ser obrigados a fazer uma campanha menos pirotécnica, uma
campanha mais de estúdio e diálogos. Voltar à campanha de rua, do corpo a
corpo”, concluiu o secretário de Comunicação do PT. A avaliação de Cantalice é corroborada pelo secretário nacional de Finanças do PT, Marcio Macêdo.
Ele acredita que a nova realidade resultará em
campanhas mais “criativas”. “Acredito
que aquelas campanhas caras, pagando milhões a marqueteiros, ficaram no
passado. “A mudança da regra impõe uma nova realidade”, avaliou, em entrevista ao jornal.
“Valor Econômico”. “Teremos que fazer campanhas criativas,
mas mais simples, com financiamento militante e usando muito a internet e o
corpo a corpo”, afirmou Macêdo.
Importante decisão - Em
abril de 2015, antes mesmo da decisão do STF e do veto da presidenta Dilma, o
Partido dos Trabalhadores abriu mão dos repasses privados e anunciou que não
receberia mais doações de empresas para campanhas políticas.
A decisão foi anunciada pelo presidente do partido, Rui Falcão. Em
junho do ano passado, durante o 5º Congresso Nacional do PT, o partido lançou,
então, uma campanha de arrecadação online. Com o mote “Seja Companheiro”, a
plataforma permite receber doações apenas de pessoas físicas, com valor mínimo
de R$ 25 e máximo de R$ 5 mil.
“Nós decidimos não receber recursos empresariais para financiar as
atividades do PT. É preciso que criemos condições para financiar nossas ideias,
nosso partido”, explicou Falcão, na época.
Fonte: Agência PT de Notícias
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