terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Poesia: Águas de Janeiro

Por Elaine Poeta, comunicadora popular da ASA

De repente o cheiro da terra anuncia; a chegada de um ano de novas ramagens,da chuva trazida por janeiro, de janeiro trazido pelas chuvas: As veredas abrigam novas vidas originadas pelas muitas águas de janeiro...

Janeiro trazendo chuva, ou a chuva trazendo janeiro, Despertando a caatinga que observava seu cinza, E de repente acorda em seu verde exuberante.

Novas canções chegam à caatinga, Pingos, pássaros, a biqueira na cisterna e a chuva na biqueira, E vez ou outra, se curte trovão... É a chegada de janeiro com chuva no sertão,

São as águas de janeiro que chega ao Semiárido, carregadas de esperança, de crenças e profecias populares... As águas que vêm e vão em janeiro; Trazem a noticia de boa colheita, Assim diz Maria, já semeando na roça, Águas que vêm e vão em janeiro...

Vem avisar que é o mês inteiro de água, Pouco sol e muitas nuvens, Assim diz João já com sua enxada na mão. E Manuel? Esse canta na janela; E diz que o ano é de festa! As águas de janeiro trazem o sorriso que habita ,no rosto do menino a banhar na bica; Da Maria a semear feijão, Do José a sonhar com a criação.

E pelas estradas do Semiárido a poesia desenha o sertão; Em roupagem verde, com poças, lama, nuvens, pingos e pouco sol, Dando uma trégua à poeira, ao cinza amado e ao sol também amigo. E muitos versos correm arredios, Enquanto as águas de janeiro correm tranquilas, Como a chuva que traz janeiro e como janeiro que traz a chuva.

Fonte:http://www.asabrasil.org.br/

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