O procurador Cassio Conserino, que atua na região da Baixada
Santista, afirmou em entrevista a Folha de São Paulo no último sábado (23), que
provas apontam para a “possibilidade de denúncia” contra o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Após contestação do Instituto Lula, Cássio recuou da convicção que o fez afirmar à revista Veja que "Lula e Dona Marisa serão denunciados" e que gerou reportagem de capa da edição deste final de semana da revista. Eis o que disse o procurador Cassio Conserino, que atua na região da Baixada Santista, em entrevista à revista Veja desta semana:
"Lula e dona Marisa serão denunciados. Brevemente, eles serão chamados a depor.Vamos oferecer denúncia pelos crimes que citei, sem prejuízo dos crimes federais que esse caso também contempla".
O caso ganhou a capa de Veja, com a "bomba" de que
Lula seria alvo de uma denúncia tecnicamente impossível: a ocultação de um
patrimônio que não lhe pertence – um imóvel no Guarujá (SP), devolvido à
construtora OAS.
Depois de ganhar os holofotes de Veja, Conserino soube que
será alvo de um processo disciplinar, por meio de nota publicada pelo Instituto
Lula:
"Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária
do promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo.
O promotor violou a lei e até o bom senso ao anunciar, pela
imprensa, que apresentará denúncia contra o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa
Letícia, antes mesmo de ouvi-los. “E já antecipou que irá chamá-los a depor
apenas para cumprir uma formalidade.”
Antecipar aos meios de comunicação uma denúncia, antes que
ela seja proposta e sem garantir o essencial direito de defesa a quem é acusado
de um crime, é algo que só cabe, evidentemente, em regimes autoritários.
Quando soube que será alvo de um processo disciplinar,
Conserino recuou, em entrevista à Folha (leia aqui). A denúncia, antes líquida
e certa em Veja, se transformou em mera 'possibilidade', nas páginas da Folha:
"O Ministério Público não antecipou denúncia. Só
exteriorizou, em homenagem ao interesse público que norteia a questão, que as
provas coligidas apontam para a possibilidade de uma denúncia".
Em seguida, ele tentou justificar sua posição com o volume dos autos:
"Apenas explicitamos as provas coligidas em regular
procedimento investigatório criminal já instaurado há cinco meses e com onze
volumes de investigação. " Conserino afirmou até esperar que
Lula e Marisa, que antes seriam denunciados, consigam refutar suas acusações:
"Oxalá os investigados consigam refutar toda a gama de
prova testemunhal, circunstancial e documental que apontam para possível crime
de lavagem de dinheiro entre outros." Ele justificou ainda
sua tabelinha com Veja em razão dos "anseios sociais":
"Estamos num Estado Democrático de Direito, com imprensa
livre atenta aos anseios sociais". Em outubro de 2014,
Conserino foi condenado pela Justiça por tentar espetacularizar uma
investigação que conduzia.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário