Por, AlexSandra Tavares; A seca
trouxe fortes conseqüências negativas para os criadores de animais na Paraíba.
Com queda de 28,6%, o rebanho no Estado apresentou a maior baixa do país no
efetivo bovino em 2012 na comparação com ano anterior, passando de 1, 354
milhão de cabeças, em 2011, para menos de um milhão no ano passado (967.067). A
perda foi de 387, 201 mil cabeças de gado apenas no ano passado no Estado. No
mesmo período, a Paraíba também obteve reduções fortes na criação de caprinos
(-18,6%) e de ovinos (16,30%). Os dois rebanhos de porte médio tiveram juntado
perdas de 183 mil animais no ano passado. (Veja o quadro) O Nordeste também
registrou a maior queda (-4,5%) entre as regiões brasileiras, mas o índice foi
bem abaixo da taxa paraibana. Os dados são da Pesquisa de Produção Pecuária
Municipal 2012, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O supervisor do setor de agropecuária do IBGE, José Rinaldo
de Souza, explicou que esta queda foi causada basicamente pela estiagem do
período, que se prolonga até hoje. “Muitos animais morreram, outros foram
abatidos, vendidos e até transferidos para outros estados para não morrer de
fome. Alguns criadores evitaram até de fazer cruzamento com seu rebanho porque
não tem como sustentá-lo”, revelou. Segundo Rinaldo, cerca de 90% da baixa se
concentrou no Sertão paraibano. No Agreste também houve perda, mas foi bem
menor, ficou em torno de 10% do rebanho. O secretário de Estado do
Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba, Marenilson Batista, disse
que os dados retratam uma situação de perdas no rebanho por conta da seca, mas
que o Estado está realizando algumas ações para que a situação não se agrave.
“Estamos fazendo distribuição de ração subsidiada em parceria com o governo
federal, renegociando dívidas dos criadores, orientando a aquisição de crédito
junto ao Pronaf, com distribuição de água através de carro-pipa e escavação de
poços”, afirmou. Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da
Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, disse que não é contra "ações
assistencialistas do governo, mas elas são medidas paliativas que não resolvem
a situação dos pecuaristas”. Ele afirmou que a seca não ficou apenas no ano
passado, mas se prolonga até este ano e prevê ainda redução mais forte do rebanho
que deve chegar a 35%.“Não sou contra ações como distribuição de água com
carro-pipa, mas se não houver uma política pública diferenciada e permanente
para o produtor do Sertão e do Cariri, a situação só tende a piorar e as perdas
de 2013 serão maiores, esperam os pecuaristas. Os bancos estão oferecendo
crédito aos produtores, mas como ele vai adquirir mais dinheiro se não tem como
pagar? Onde está a transposição das águas do São Francisco", desabafou
Mário Borba.

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