O que até bem pouco tempo poderia parecer ficção ou
invencionice - uma aliança envolvendo os Regos e os Cunha Limas - agora começa
a ganhar contornos reais e pode mudar as atuais articulações políticas para
2014 consideravelmente.Segundo informações
do jornalista Marcos Alfredo, que além de titular de um dos mais acessados
blogs da Paraíba é amigo pessoal de Cássio e, por isso mesmo, detentor de
informações privilegiadas da família Cunha Lima, em caso de não vingar a
candidatura do senador ao Governo do Estado “o caminho natural poderá ser o de
apoio a Veneziano". Em consubstanciado texto onde analisa os “ônus
e os bônus de um Cássio candidato em 2014”, Marcos Alfredo deixa claro que o
rompimento entre o senador e o governador Ricardo Coutinho já está devidamente
sacramentado, independente da eventual candidatura do primeiro. Diz o
jornalista que o grupo Cunha Lima tem feito internamente avaliações informais
sobre o quadro sucessório de 2014 e naturalmente a possibilidade de candidatura
do senador Cássio ao Governo é o ponto preponderante das conversas. “Objetivamente,
a essa altura, já se tem delineado um panorama para o próximo ano com os ônus e
bônus de um Cássio candidato”, explica Alfredo em tom didático. Como
ônus, assim ele perfila: “Entre os ônus, destacam-se algumas deduções óbvias,
mas não inevitáveis. O grupo tem a consciência, por exemplo, das dificuldades
políticas (não instransponíveis) relativas ao discurso político. Aliado de
primeira hora do governador Ricardo Coutinho (PSB) e eventualmente apontado
como o grande responsável pela eleição dele ao Palácio da Redenção, Cássio
sempre se comportou como parceiro, cúmplice e apoiador do atual governo
estadual. Esse tipo de enquadramento já foi feito pelo próprio Ricardo, em uma
de suas últimas e incisivas entrevistas sobre a questão. Segundo o governador,
Cássio é tão governo quanto ele e uma candidatura no próximo ano seria
‘surpreendente’ e ‘pouco natural’ do ponto de vista da coerência”. Esse
"detalhe", relata o jornalista, “já faz parte dos discursos de
adversários, notadamente do pré-candidato do PMDB, Veneziano Vital do Rêgo. A
‘caneta" de Coutinho, aliás, é uma força nada desprezível, segundo
reconhecem integrantes do Grupo Cunha Lima, numa campanha em que a estrutura
logística e os custos serão elementos consideráveis”, finaliza. Na
galeria dos bônus, a reflexão de Marcos Alfredo é a seguinte: “Uma ala do
grupo, a essa altura majoritária, considera que o conjunto de vantagens é muito
maior para uma candidatura de Cássio ao Governo em 2014. Entre os pontos
positivos e essenciais destacam o alto nível de popularidade do senador e
ex-governador, em contraste com o desgaste político do governador.
Principalmente nos dois maiores colégios eleitorais do Estado, a situação é
evidente. Com uma boa parte de aliados históricos sempre se queixando pelo
tratamento recebido no atual governo socialista, a ala que defende a
candidatura de Cássio acredita ser esta uma oportunidade para se restabelecer a
hegemonia do grupo dentro do Estado. “Os ‘deserdados’ mais radicais Estados
afora já ensaiam até um discurso extremado: em caso de não-candidatura, o
caminho natural poderá ser o de apoio a Veneziano”, fulmina. REAÇÃO DE
RICARDO: As informações de Marcos Alfredo ganharam grande repercussão em
João Pessoa, onde até comentaristas políticos de primeira linha, como foi o
caso de Heron Cid (Correio da Paraíba), reproduziram o texto. Mas, em Campina
Grande, principal redito de Cássio, a matéria foi recebida sem alardes, uma vez
que na cidade até os pombinhos de João Pinta Cega, na Praça da Bandeira, já
sabem que o senador se desgarrará de Coutinho. Na verdade, o próprio
Ricardo Coutinho já está tomando as suas providências para a hora do inevitável
confronto. Depois de ter sido sacudido por Cássio, que criticou a lentidão com
que obras do Governo estavam sendo tocado em Campina Grande, o governador
praticamente montou campana na cidade e tem estado em solo campinense de lá
para cá praticamente a cada três dias. Hoje (11), por exemplo, ele
inaugurou um estilo que até então não havia incorporado ao seu dia-a-dia: o de
se reunir com políticos aliados para ouvir e montar estratégias. Surpreendendo
insatisfeitos vereadores de Campina Grande, que até da própria tribuna já
haviam destilado ácidas críticas ao Governo, como foram o caso de Miguel
Rodrigues e Bruno Cunha Lima, RC convocou a bancada governista na Câmara
Municipal e com ela manteve um encontro fechado para, como A PALAVRA apurou,
ver ele próprio a cor da iris de cada edil – se amarelo-girassol, ou
verde-Cássio. Coutinho não perdoa o atrevimento de Cássio e assessores
do seu círculo mais íntimo já não escondem que o governador vai mesmo “pagar
para ver”. Por isso, não foi à toa que ele também hoje, no seu programa semanal
de rádio, referiu-se às brigas que teve de enfrentar até aqui com setores
organizados do Estado e avisou de forma bem sutil, num recado mais do que
explícito para a tropa de choque dos Cunha Lima, que é homem de coragem e não
se intimida por ter de derrubar privilégios.(www.apalavraonline.com.br)

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