sábado, 23 de novembro de 2013

Dilma, exclusivo, ao 247: "Quem torce contra perde"


Leonardo Attuch 247 - Enquanto alguns preveem e outros torcem para que a chamada "tempestade perfeita" desabe sobre a economia nacional, o sol brilha forte em Brasília. São 15h30, na capital federal, e uma Dilma Rousseff leve recebe o 247 para uma entrevista exclusiva. Sim, Dilma está leve. Tão leve quanto os números do desemprego divulgados nesta quinta-feira – a taxa, de 5,2%, é a menor da série histórica. A boa notícia de hoje talvez seja superada por outra que ela espera para amanhã, quando serão leiloados os aeroportos de Confins, em Minas Gerais, e do Galeão, no Rio de Janeiro. "Vai ter competição e acho que muito forte", disse ela. A presidente está feliz com a montagem dos consórcios, que incluem operadores de aeroportos em países como Cingapura, Holanda, França e Inglaterra, além de alguns dos maiores grupos nacionais. "Conseguimos o que sempre buscamos: as maiores concessionárias de aeroportos do mundo, que irão transferir tecnologia, conhecimento e gestão nesse setor", diz ela. Significa que a venda dos terminais já leiloados foi menos criteriosa. "Ao contrário". Dilma se levanta, vai a uma sala anexa ao gabinete presidencial e pega uma grande foto aérea do novo terminal de Viracopos, em Campinas. "Já está quase pronto e o leilão foi há um ano", afirma. "São grandes transformações na infraestrutura e o“Brasil nunca teve o volume de investimentos que está tendo agora: duzeeeeentos e quarenta bilhões de reais”, diz ela, dando a devida ênfase nas sílabas. Mas por que então estariam se espalhando duas histórias em Brasília: a de que o Palácio do Planalto teria rompido o diálogo com os empresários e a de que a tempestade perfeita estaria se aproximando? "Diálogo aqui nunca faltou e nunca faltará", diz a presidente. "No nosso governo, a relação é de cooperação com o empresário. “Agora, nem o Estado pode querer subordinar o empresário, nem o empresário pode querer subordinar o Estado”. – "Fogo amigo, então?", pergunta o repórter. – "Que nada, é fogo inimigo mesmo", responde a presidente. Dilma afirma que o "chororô" dos empresários é uma coisa normal. "Antes dos leilões, é sempre assim mesmo. É um jogo de pressões. Mas, meu querido, eu estou nesse negócio de leilão há muito tempo, antes mesmo de ser presidenta. Vamos lembrar dos casos de Jirau e Santo Antônio. O que eu vejo quase sempre é deságio em relação às tarifas, o que significa que os empresários calculam o risco e aceitam uma taxa de retorno menor do que a estabelecida nos próprios editais", diz ela. "No caso dos aeroportos que já foram leiloados, os concessionários pagaram valores altos, assumiram grandes compromissos de investimento e não me consta que estejam perdendo dinheiro". O leilão de Libra: A presidente decide então voltar no tempo. Em vez de falar sobre aeroportos, relembra o leilão de Libra, o maior campo do pré-sal. "Diziam que não ia dar certo e foi outro grande sucesso", diz ela. "Vieram duas empresas europeias de ponta, a Shell e a Total, e duas chinesas, a CNOOC e a CNPC, que são as maiores consumidoras do mundo", afirma. "Sabe o que isso significa? Que este consórcio tem as empresas que controlam parte da corrente de comércio do petróleo no mundo e que têm participação importante na formação do preço. Todos ali sabem que tem petróleo, de boa qualidade e em grande quantidade". Dilma para de novo a entrevista. – "Posso te contar uma história sobre Libra?"– "Claro, por favor." Ela revela que antes do início dos grandes leilões da Agência Nacional do Petróleo, lá pelos idos de 1997, a área onde está esse campo foi cedida à Petrobras, num bloco em parceria com a Shell. "Eles perfuraram e chegaram a 1,5 quilômetro de uma das maiores reservas do mundo; hoje têm plena convicção do que está ali e também da viabilidade comercial do projeto", afirma. "Por isso mesmo, já estão desembolsando R$ 15 bilhões com bônus de assinatura para explorar um campo onde a relação é essa: 75% para a União e 25% para eles". Para quem insiste na tese de que o diálogo com os empresários é raro, Dilma lembra que o presidente mundial da Shell, Peter Voser, foi três vezes ao Palácio do Planalto antes do leilão de Libra. (O momento dramático do PT O relógio apita, mas não impede uma última questão: que em primeira mão, a notícia de que José Genoino havia sofrido um princípio de infarto). "Todos precisam entender que sou a presidente de todos os brasileiros. E não posso nem devo me mover um milímetro na direção de algo que possa criar uma crise institucional, entre os poderes". Mensagem a presidente reserva para os militantes do Partido dos Trabalhadores, que hoje sofrem com a prisão de alguns de seus líderes históricos? (antes da entrevista, 247 publicou, Em outras palavras, Dilma pediu compreensão. Ela sabe que, para a continuidade do projeto de transformações defendido pelo PT, ela tem uma única missão: governar bem e vencer em 2014

Fonte: www.brasil247.com

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