Integrantes
do Grupo de Trabalho da Reforma Política também vão propor manutenção de
mandato de 4 anos
O Grupo de Trabalho de Reforma Política da Câmara dos
Deputados vai propor o fim da reeleição para presidente da República,
governadores e prefeitos. Os integrantes do grupo também decidiram ontem propor
a manutenção do tempo de mandato em quatro anos. O grupo havia estipulado
inicialmente que os mandatos para cargos majoritários seriam de cinco anos, mas
a discussão foi reaberta e concluída ontem. Nesta terça-feira encerraram-se
também os trabalhos do grupo, que funcionou durante quatro meses. As decisões
foram consolidadas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que será
assinada pelo coordenador do colegiado, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e
pelos outros integrantes. Cada membro vai coletar as demais assinaturas
necessárias para a apresentação da PEC (171 ao todo) dentro de seu partido. Vaccarezza
informou que a proposta será entregue ao presidente Henrique Eduardo Alves
nesta quarta (6), às 15 horas. Após ser apresentada, a PEC deve tramitar
normalmente na Casa. A ideia do coordenador é que, se aprovada no Congresso, a
proposta de reforma política seja objeto de referendo, com consulta à
população. O coordenador do grupo considerou o saldo do trabalho muito
positivo. “Em pouco tempo de trabalho, estamos propondo mudanças bastantes
profundas”, disse. “Se nós viabilizarmos a votação do que está nesta PEC,
haverá redução de 70% a 80% dos gastos de campanha”, completou. A PEC institui,
entre outras coisas, o voto facultativo; a coincidência das eleições municipais
com as eleições estaduais e federal a partir de 2018; fim das coligações
eleitorais, ou seja, o fim da obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, municipal ou distrital. Porém, pela
proposta, os partidos que se coligarem para a disputa de eleições proporcionais
integrarão, até o fim da legislatura, o mesmo bloco parlamentar na casa
legislativa para a qual elegeram seus representantes. A PEC determina ainda a
perda do mandato dos que se desfiliarem voluntariamente do partido pelo qual
foram eleitos. O texto também propõe teto de despesa para a campanha eleitoral,
que será definido em lei pelo Congresso Nacional. Pela proposta, cada partido
poderá optar pelo modo de financiamento, se privado, misto ou exclusivamente
público. A PEC também propõe que seja fixado em lei um valor máximo para as
doações de pessoas físicas e jurídicas. Os partidos e candidatos somente
poderão arrecadar recursos após a definição desses limites. Partidos políticos: A PEC diminui as
exigências para a criação de partidos. A proposta reduz o mínimo de assinaturas
para criar uma legenda de 0,5% para 0,25% do total de eleitores (em vez de 493
mil, seriam 245 mil eleitores). Pelo texto, um partido também poderá ser criado
com o apoio de 5% dos deputados - ou seja, 26 parlamentares - sem a necessidade
de apoio popular. Porém, o texto estabelece cláusula de desempenho para que
partidos possam ter acesso a recursos públicos. Somente terão acesso a tempo de
rádio e TV e fundo partidário, além de lideranças, funcionários e espaço físico
na Câmara e no Senado, os partidos que obtiverem pelo menos 5% do total de
votos válidos no País, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo
de 3% dos votos válidos em cada um deles. “A idéia é reafirmar a liberdade da
população de se organizar politicamente em partidos políticos, mas aumentar as
exigências para que possam ter acessos a recursos públicos”, explicou
Vaccarezza.
Fonte: Agência Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário