quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

MPF cobra soluções de gestores


Faltam mamógrafos, exames são mal feitos e demoram Mamografias de má qualidade mascaram diagnósticos de câncer de mama e reduzem chances de cura. Lucilene Meireles; oda mulher com idade a partir de 40 anos deveria realizar a mamografia gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como defende a Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Paraíba (SBM-PB), com base na Lei 11.664, de 2008. O Ministério da Saúde, porém, prioriza apenas a faixa etária entre 50 e 69 anos e nem mesmo estas mulheres conseguem ter a doença rastreada, porque faltam mamógrafos no Estado e as clínicas economizam no material, gerando exames de má qualidade, que podem mascarar diagnósticos.
 Embora sobrando vagas para realizar os exames (em JP, 3.800 mamografias deixam de ser feitas, por mês) a burocracia faz com que a espera chegue há um ano, sendo que um tumor pode dobrar de tamanho em poucos meses. O Ministério Público Federal (MPF) recebeu ontem uma equipe da ONG Amigos do Peito e, vai se reunir com os gestores da saúde pública do Estado, na próxima terça-feira, para cobrar explicações e exigir providências para essa situação. 
Também ontem, a ONG Amigos do Peito, formada por pessoas que já tiveram câncer de mama, realizou protesto na Praça João Pessoa, no Centro da Capital, chamando a atenção para o problema. A mastologista Eulina Ramalho, membro do grupo, destacou que a demora na realização da mamografia, que é capaz de detectar nódulos com milímetros, pode ser uma sentença de morte.
 Ela relatou que uma paciente de Pernambuco veio à Paraíba para tentar fazer o exame, mas um ano depois não conseguiu. O que era apenas um nódulo de três centímetros, se espalhou por todo o tórax e, antes de ter um diagnóstico oficial, através da biópsia, ela não resistiu. “A partir do surgimento do nódulo, um ano sem diagnóstico e sem tratamento pode significar chances cada vez menores de cura”.

Portal Correio da Paraíba, 06/02/2014 

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