sexta-feira, 30 de maio de 2014

Comissão da Câmara discute circunstâncias da morte de Anísio Teixeira na ditadura militar

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal realizou audiência pública, quarta-feira (28/5), para tratar das circunstâncias da morte do professor Anísio Teixeira durante a ditadura militar (1964-1985). 

A propositura foi do deputado paraibano Luiz Couto (PT).Couto ressaltou que foi importante a comissão escutar as testemunhas da morte de Anísio para que a Subcomissão da Verdade possa avançar no esclarecimento dos fatos. Também disse estar totalmente convencido que o professor morreu vítima das torturas da repressão militar da época.

Entre os convidados para a audiência estavam o professor da Universidade Federal da Bahia e biógrafo de Anísio Teixeira, João Augusto de Lima Rocha; o ex-preso político e ex-deputado federal, Haroldo Lima.

 o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari; os representantes das Comissões Anísio Teixeira de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB), Cristiano Otávio Araujo Pinto, e da Verdade do Rio de Janeiro, Nadine Borges; e Carlos Antônio Teixeira, filho de Anísio Teixeira. História de Anísio Teixeira.

Anísio Spínola Teixeira nasceu em Caetité, Sertão da Bahia, em 12 de julho de 1900. Ingressando na vida pública em 1924, foi secretário de Educação e Cultura do Distrito Federal (1931-1935), quando promoveu importante reforma educacional. Em 1932, subscreveu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e em 1935 criou a Universidade do Distrito Federal (UDF).

Amplamente considerado um dos maiores educadores da história do Brasil, Anísio Teixeira deixou um importante legado em defesa da democratização do acesso à educação pública, gratuita, universal, laica e de qualidade. Dizia ele: “Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública”.

No seu percurso em defesa da escola pública, difundiu o livro “Educação não é privilégio” (1957). No início da década de 1960 foi um dos mentores da Universidade de Brasília, juntamente com Darcy Ribeiro. Em 1963 assumiu a Reitoria da UnB, de onde foi afastado pelo golpe militar de 1964. Enfrentou, no dia 9 de abril daquele ano, a primeira invasão militar ao Campus da universidade.

Em 14 de março de 1971, Anísio Teixeira foi encontrado morto num fosso de elevador. Apesar de a perícia ter afirmado, à época, que a morte foi acidental, há indícios de que Anísio teria sido, na verdade, vítima da repressão.

Florestan Fernandes, no texto “Anísio Teixeira e a Luta pela Escola Pública”, relata: “O educador prevalecia em todas as suas ações e chega a ser inacreditável que as mãos da ditadura militar tenham se erguido contra esse homem ao qual nós todos devemos, e que ele tenha sofrido incompreensão, incerteza e amargura, em vez de receber honras, compensação e carinho” (Brasília, 2002, p. 51). (Ascom do Dep. Luiz Couto)

Fonte: http://www.luizcouto.com/

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