A
Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal realizou
audiência pública, quarta-feira (28/5), para tratar das circunstâncias da morte
do professor Anísio Teixeira durante a ditadura militar (1964-1985).
A
propositura foi do deputado paraibano Luiz Couto (PT). Couto ressaltou que foi importante a comissão escutar as testemunhas da morte de Anísio para que a Subcomissão da Verdade possa avançar no esclarecimento dos fatos. Também disse estar totalmente convencido que o professor morreu vítima das torturas da repressão militar da época.
Entre
os convidados para a audiência estavam o professor da Universidade Federal da
Bahia e biógrafo de Anísio Teixeira, João Augusto de Lima Rocha; o ex-preso
político e ex-deputado federal, Haroldo Lima.
o coordenador da Comissão Nacional da Verdade,
Pedro Dallari; os representantes das Comissões Anísio Teixeira de Memória e
Verdade da Universidade de Brasília (UnB), Cristiano Otávio Araujo Pinto, e da
Verdade do Rio de Janeiro, Nadine Borges; e Carlos Antônio Teixeira, filho de
Anísio Teixeira. História de Anísio
Teixeira.
Anísio
Spínola Teixeira nasceu em Caetité, Sertão da Bahia, em 12 de julho de 1900.
Ingressando na vida pública em 1924, foi secretário de Educação e Cultura do
Distrito Federal (1931-1935), quando promoveu importante reforma educacional.
Em 1932, subscreveu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e em 1935 criou
a Universidade do Distrito Federal (UDF).
Amplamente
considerado um dos maiores educadores da história do Brasil, Anísio Teixeira
deixou um importante legado em defesa da democratização do acesso à educação
pública, gratuita, universal, laica e de qualidade. Dizia ele: “Só existirá
democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as
democracias. Essa máquina é a da escola pública”.
No
seu percurso em defesa da escola pública, difundiu o livro “Educação não é
privilégio” (1957). No início da década de 1960 foi um dos mentores da
Universidade de Brasília, juntamente com Darcy Ribeiro. Em 1963 assumiu a
Reitoria da UnB, de onde foi afastado pelo golpe militar de 1964. Enfrentou, no
dia 9 de abril daquele ano, a primeira invasão militar ao Campus da
universidade.
Em
14 de março de 1971, Anísio Teixeira foi encontrado morto num fosso de
elevador. Apesar de a perícia ter afirmado, à época, que a morte foi acidental,
há indícios de que Anísio teria sido, na verdade, vítima da repressão.
Florestan
Fernandes, no texto “Anísio Teixeira e a Luta pela Escola Pública”, relata: “O
educador prevalecia em todas as suas ações e chega a ser inacreditável que as
mãos da ditadura militar tenham se erguido contra esse homem ao qual nós todos
devemos, e que ele tenha sofrido incompreensão, incerteza e amargura, em vez de
receber honras, compensação e carinho” (Brasília, 2002, p. 51). (Ascom do Dep. Luiz Couto)
Fonte: http://www.luizcouto.com/
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