segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Encontro Territorial discute qualidade das implementações do P1MC

Mayara Albuquerque - comunicadora popular da ASA, Quixadá | CE; Pedreiros e equipe técnica do IAC se reúnem para foto de encerramento | Foto: Mayara Albuquerque / Arquivo IAC; Seu Vilmar defendendo seu ponto de vista | Foto: Mayara Albuquerque / Arquivo: IAC

Juntos somos mais fortes, esse foi o sentimento semeado ao término da mística de abertura do encontro de pedreiros que aconteceu durante os dias 26 e 27 de agosto de 2014, na Serra do Estevão, em Quixadá. Enquanto.

“A casa”, poema de Vinícius de Moraes na voz de Toquinho ecoava pelo auditório, pedreiros de várias localidades do Sertão Central do Ceará se apresentavam e faziam um traço em uma folha de papel madeira emoldurada por uma peneira. 

Apesar de nenhum crítico de arte conseguir avaliar o desenho criado, o que ficou dentro de cada um é que juntos podemos construir algo significativo para o bem coletivo, que mãos que caminham juntas são mais fortes e transformadoras.

Com o objetivo de refletir sobre a qualidade das implementações partindo das experiências dos pedreiros e construir orientações técnicas operacionais que possibilitem garantir a qualidade das implementações do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC), o encontro contou também com a participação de animadores de campo e coordenadores do Instituto Antonio Conselheiro (IAC).

“Seca não é bicho bravo pra se combater, seca se convive. A gente tem que aprender a viver nas nossas regiões, buscar os seus potenciais”, defende Odalea Severo. Após a mística, o programa P1MC foi a grande pauta da manhã, além de uma conversa sobre os estereótipos construídos pela mídia e a desconstrução do mito da falta de possibilidades de viver no Semiárido.

O vídeo "Conhecendo o caminho das Águas" produzido pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) que apresenta estratégias de armazenamento e manejo da água da chuva através de várias experiências de sucesso fechou as discussões da primeira parte do dia e foi aplaudido pelos pedreiros. 

Durante a tarde houve uma fervorosa partilha de conhecimentos sobre os processos de construção e uma reflexão sobre padrões técnicos com o objetivo de garantir o avanço na qualidade das implementações.

Facilitada por Emanuel Barros. Utilização de ferro no fundo, tamanho da placa, bombas, rejunte dos caibros na parte interna, amarração, base da bomba, bordas em torno da porta, acabamento da porta, pintura, reboco externo, cinta, filtro da cisterna e aterro, foram pontos acirradamente debatidos.

“O que vale são as experiências da pessoa e não a idade, eu voto por inovação” Seu Nonato, do distrito de Lacerda, Quixeramobim, durante construção coletiva; Vilmar que é pedreiro há mais de 10 anos levou o seu filho para participar do encontro. Ismael, o filho, tem 18 anos e em 2013 se "interessou em pegar a colher" através do pai e junto com o velho aprendeu a construir uma boa cisterna.

Para o pai, o encontro é importante para padronizar e melhorar ainda mais as implementações para que os/as beneficiários/as fiquem satisfeitos com o resultado. “A cisterna é um patrimônio que vai ficar para o resto da vida, para os netos e tudo... sabendo usar ela, aproveitar a água, é uma coisa muito importante”, afirma seu Vilmar.

O segundo dia começou com um alongamento e uma chuva de ideias que daria para encher as cisternas de uma comunidade inteira. A construção coletiva de orientações técnicas operacionais para serem assumidas e executadas pelas UGM e pedreiros nos processos de implementação de cisternas de 16 mil litros foi o ponto alto do encontro.

Pois os pedreiros puderam construir e defender os seus argumentos dentro dos pequenos grupos que se formaram e posteriormente para o grupão. O difícil era ouvir o outro, pois todo mundo queria falar. As irmãs da casa de repouso é que não ficaram muito felizes com a barulheira, mas, sem dúvida, foi por uma boa e grande causa.

Fonte: http://www.asabrasil.org.br/

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