Cerca de cinco mil agricultoras e lideranças rurais estarão reunidas em
Lagoa Seca, na Paraíba, no dia 12 de março (quinta-feira), na 6ª edição da
Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia.
A atividade é realizada desde 2010 pelo Polo da Borborema, um fórum de
sindicatos e organizações da agricultura familiar que congrega 14 municípios e
mais de cinco mil famílias do Agreste da Borborema, com a assessoria da AS-PTA
Agroecologia e Agricultura Familiar.
A concentração da Marcha será, à partir das 8h, na área externa do
Centro Marista de Eventos, na entrada da cidade, às margens da BR 104. As 9h30,
haverá a apresentação de uma peça, encenada pelo Grupo de Teatro Amador do Polo
da Borborema.
O espetáculo trará situações de violências vivenciadas pelas mulheres
que buscam algum tipo de participação política e saem de suas casas à procura
de conhecimento. A cantora paraibana Sandra Belê se apresentará na concentração
e durante a caminhada.
Após a peça, a Marcha seguirá pela BR 104 e pelas ruas centrais da cidade,
entrando em direção à Praça da Igreja Matriz, onde estará montado um segundo
palco e uma feira de saberes e sabores, com a apresentação de produtos e
experiências, um espaço de visibilidade da contribuição técnica, social,
econômica e política das agricultoras para a agroecologia.
Durante todo o percurso, as mulheres seguirão carregando bandeiras,
faixas, cartazes e cantando canções que tratam da realidade de desigualdade,
isolamento, injustiça e violência a qual muitas mulheres ainda estão submetidas.
As participantes vão ainda dar os seus depoimentos de superação e distribuir
panfletos, dialogando com a comunidade local durante todo o percurso.
Além da participação das mulheres do Polo da Borborema, a Marcha também
receberá caravanas vindas de várias regiões da Paraíba que compõem a
Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba).
O Coletivo Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade, o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra da Paraíba (MST-PB) e o Movimento dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTTC), entre outros movimentos de
mulheres.
A Marcha - A
Marcha é um momento de denunciar as desigualdades sociais e a violência contra
mulher. É também a expressão da luta por direitos e por relações de gênero mais
justas na agricultura familiar.
Em todos os anos, o ato marca o
encerramento de uma série de eventos municipais em que se faz uma leitura
crítica das manifestações das desigualdades e a persistência histórica da
cultura patriarcal. Busca-se ainda valorizar e dar a visibilidade as estratégias
de superação encontradas pelas mulheres e afirmar seu papel na construção do
projeto agroecológico para a região.
Desde de 2014 o trabalho de preparação vem debatendo as questões
propostas pela Marcha. “O processo preparatório da Marcha nesse ano foi bastante
interessante. Podemos dizer que não paramos de marchar desde Massaranduba, pois
o tema das desigualdades entre homens e mulheres perpassou todos os momentos de
formação do Polo da Borborema.
Contudo, vale destacar o processo de formação específico para marcha.
Esse ano, foram mais de 35 encontros municipais e comunitários envolvendo perto
de 1500 mulheres. Promovemos um encontro com as lideranças jovens do Polo que
por sua vez, se fará presente de forma mais organizada na Marcha.
Vale ainda destacar o processo municipal. Os educadores e gestores
escolares da rede de educação de Lagoa Seca também participaram de um momento
de formação específico e a pauta da Marcha será levada para dentro das salas de
aula.
É “assim que a Marcha vai se
consolidando como um forte movimento de mulheres na região da Borborema” avalia
Adriana Galvão Freire, assessor técnica da AS-PTA e da Coordenação da Marcha.
A Marcha pela Vida das Mulheres e Pela Agroecolgia é realizada em um dos
14 municípios que integram a dinâmica do Polo da Borborema. A primeira edição
aconteceu em Remígio (2010) com um público inicial de 900 mulheres.
Em seguida foram realizadas nos municípios de Queimadas (2011),
Esperança (2012), Solânea (2013) e Massaranduba (2014) quando marcharam mais de
quatro mil mulheres.
Em 2015 a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia conta com o
apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca, CCFD, Misereor,
Action Aid, CESE, Secretaria Estadual da Mulher e da Diversidade Humana e
Prefeitura Municipal de Lagoa Seca.
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