Tão concentradas quanto à
terra do agronegócio, estão também a distribuição e o acesso à alimentação em
nível global.
Apesar da produção atual
de comida ser suficiente para alimentar toda a humanidade, uma em cada sete
pessoas no mundo passa fome, segundo informações do Relatório anual da agência
da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Os dados nos mostram que
tão concentradas quanto a terra do agronegócio, estão também a distribuição e o
acesso à alimentação em nível global. Esse cenário de crise alimentar pede a
urgência de uma alternativa que não se limite apenas à produção, mas atente
para problemas sociais estruturais.
Entenda como podemos
construir um modelo de desenvolvimento mais justo e viável a partir da
agroecologia. Garantindo Soberania Alimentar; Todos os povos devem ter direito
aos meios de produzir alimentos seguros e nutritivos, garantindo o direito à
alimentação e as necessidades de suas sociedades.
Isso não é possível com o
agronegócio que acorrenta o agricultor a um pacote tecnológico, em que a
semente é muito mais adaptada à escala de produção da indústria. Com a
agroecologia, a seleção e reutilização de sementes são realizadas de acordo com
as necessidades e padrões de alimentação da família, gerando sistemas agrícolas
diversificados e, consequentemente, alimentos mais virados e saudáveis.
Valorizando o papel e a
cultura do camponês; A agroecologia faz uma ponte entre o conhecimento
tradicional e a ciência integradora de várias áreas, valorizando tanto as
inovações tecnológicas que ajudam a enfrentar os problemas vinculados à produtividade
da plantação.
quanto o camponês como sujeito fundamental
para o trabalho no campo, reestruturando socialmente a comunidade agrícola e a
agricultura familiar, de onde advém 70% dos alimentos para consumo no mundo, de
acordo com dados do grupo ETC. Reduzindo custos e criando empregos:
Segundo o relatório
Agroecologia e o Direito à Alimentação, produzido pelo Relator Especial das
Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação, o professor belga Olivier De
Schutter.
A agroecologia reduz os
custos de produção ao minimizar o uso de insumos caros, melhorando as condições
de vida das famílias agricultoras, particularmente aquelas mais pobres.
Ela pode ser intensiva em conhecimentos e em
mão de obra, criando oportunidades de trabalho nas áreas rurais e promove o
desenvolvimento rural. Sendo a chave para o desenvolvimento Sustentável
Enquanto o agronegócio
destrói o meio ambiente, a agroecologia não utiliza produtos químicos, recicla
totalmente seus componentes e prioriza o desenvolvimento da diversidade
genética no espaço agrário. Só no Norte e Nordeste do país já existem cerca de
dois milhões de unidades de produção que não utilizam agrotóxicos.
Estamos diante de uma
disputa de dois modelos concorrentes de desenvolvimento. Resta à população
refletir sobre a melhor maneira para produzir a alimentação necessária para os
cerca de 180 milhões de brasileiros, levando em conta os aspectos econômicos,
sociais, ambientais e de saúde. Da Comunicação da 14ª Jornada de Agroecologia
Fonte: MST
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