Líderes de oposição
receberam agitadores de protestos antigoverno para condenar a corrupção. Mas a
ficha dos que esbravejam contra a ilegalidade e a falta de ética na política é
intrigante.
Lideranças de partidos de oposição ao governo receberam, na quarta-feira, dia 15/5, alguns dos agitadores dos protestos dos dias 15 de março e 12 de abril –.
Lideranças de partidos de oposição ao governo receberam, na quarta-feira, dia 15/5, alguns dos agitadores dos protestos dos dias 15 de março e 12 de abril –.
Entre eles Rogério
Chequer, do Vem Pra Rua. Durante o encontro, figurões como Agripino Maia (DEM),
Ronaldo Caiado (DEM), Mendonça Filho (DEM), Paulinho da Força (SD), Aécio Neves
(PSDB) e Roberto Freire (PPS) tiveram a oportunidade de esbravejar contra os
casos de corrupção que desgastam o PT e a gestão Dilma Rousseff.
Chama atenção, entretanto,
a ficha dos defensores da ética e do combate indiscriminado à corrupção.
Associação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, prisão por fraudes e desvios em
grandes obras, contas em paraísos fiscais em nome de familiares, recebimento de
propina.
Recursos de campanha
questionados na Justiça e até falsificação de documentos para criação de
partido fazem parte do histórico de acusações e dos relacionamentos intrigantes
que envolvem as estrelas políticas do encontro em tela. 1)
Aécio Neves (PSDB)
O neto de Tancredo Neves
que construiu um aeroporto de R$14 milhões no terreno do tio-avô já foi
questionado na Justiça sobre o paradeiro de mais de R$4 bilhões que deveriam
ter sido injetados na saúde de Minas Gerais. O caso Copasa contra o
ex-governador foi engavetado, por manobras jurídicas. Destino semelhante
tiveram as menções a Aécio na Lava-Jato.
O tucano foi citado por
Alberto Youssef como beneficiário de propina paga com recursos de Furnas. Para
o procurador-geral da República, isso não sustenta um inquérito. Rodrigo Janot
também cuida de outro escândalo que leva a Aécio, sob a palavra-chave
Liechtenstein (um principado ao lado da Suíça).
Investigando caso de
lavagem de dinheiro, procuradores do Rio de Janeiro chegaram a uma holding que
estava em nome da mãe, irmã, ex-mulher e filha do tucano. Esse inquérito está
parado desde 2010 – época em que Roberto Gurgel era o PGR. 2)
Agripino Maia (DEM)
Presidente do DEM,
Agripino Maia foi dono das expressões mais sugestivas de defesa da luta contra
a corrupção. “Chegou a hora de colocar o impeachment [de Dilma Rousseff]”,
disse no encontro com os manifestantes antigoverno. O senador tem em seu
currículo a acusação de receber R$1 milhão em propina, em um esquema que
envolvia a inspeção de veículos no Rio Grande do Norte.
Entre 2008 e 2011.
Coordenador da campanha presidencial de Aécio, o democrata, em 2014, teve seu
caso arquivado no MPF pelo ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel. Mas
foi reaberto há sete meses por Janot, e agora está sendo investigado no Supremo
Tribunal Federal (STF). 3) Ronaldo Caiado (DEM)
O senador Ronaldo Caiado
(DEM) é associado ao bicheiro Carlinhos Cachoeira por supostamente ter recebido
verba ilícita nas campanhas de 2002, 2006 e 2010. Cachoeira foi denunciado por
tráfico de influência e negociava propinas para arrecadar fundos para disputas
eleitorais.
O bicheiro foi preso em
2012 por operação da Polícia Federal que desbaratou esquema de adulteração de
máquinas caça-níquel. Caiado foi citado nesse contexto, recentemente, por
Demóstenes Torres.
Ele teria participado de
negociação entre Cachoeira e um delegado aposentado que queria ampliar esquemas
de jogo ilegal. Até familiar do democrata já foi alvo de denúncia. O pecuarista
Antônio Ramos Caiado, tio de Caiado, está na lista suja do trabalho escravo.
4)
Roberto Freire (PPS)
Uma das principais
acusações que pesam contra o presidente nacional popular-socialista é de
envolvimento com o mensalão do DEM. A diretora comercial da empresa Uni Repro
Serviços Tecnológicos.
Nerci Soares Bussamra, relatou que o partido praticava chantagem e pedia propina para manter um contrato de R$19 milhões com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, comandada pelo deputado Augusto Carvalho. Freire teria sido beneficiado no esquema. 5) Paulinho da Força (SD)
Nerci Soares Bussamra, relatou que o partido praticava chantagem e pedia propina para manter um contrato de R$19 milhões com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, comandada pelo deputado Augusto Carvalho. Freire teria sido beneficiado no esquema. 5) Paulinho da Força (SD)
O presidente do
Solidariedade, segundo autoridades policiais, participou de esquema de desvio
de recursos do BNDES. Um inquérito foi aberto no STF para investigar o caso. Em
2014, a Polícia Federal também indiciou a sogra e outras duas pessoas ligadas
ao deputado federal sob suspeita de falsificarem assinaturas para a criação do
Solidariedade.
Gilmar Mendes conduzirá,
ainda, a apuração em torno da suposta comercialização de cartas sindicais (uma
espécie de autorizações do Ministério do Trabalho para a criação de sindicatos)
por Paulinho, dirigente da Força Sindical. (Consta nos registros que cada carta
era vendida por R$150 mil. 6) Mendonça Filho (DEM)
Em fevereiro de 2014,
Mendonça se envolveu em uma polêmica por querer indicar deputado acusado de
duplo homicídio pelo Supremo Tribunal Federal para presidir a Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
Júlio Campos (DEM), ex-governador do Mato Grosso, afirmou que Mendonça teria dito que a indicação era uma “homenagem”.O deputado federal de Pernambuco já foi preso pela Justiça Eleitoral sob acusação de fazer carreata no dia de votação, mas o STF decidiu que não houve crime eleitoral.
Júlio Campos (DEM), ex-governador do Mato Grosso, afirmou que Mendonça teria dito que a indicação era uma “homenagem”.O deputado federal de Pernambuco já foi preso pela Justiça Eleitoral sob acusação de fazer carreata no dia de votação, mas o STF decidiu que não houve crime eleitoral.
Um documento da Operação Castelo de Areia citava contribuição suspeita de R$100 mil da Camargo Corrêa a Mendonça, para sua tentativa de ser prefeito do Recife. Ele admitiu que recebeu R$300 mil da empresa, mas alega que foram doações dentro das conformidades. 7) Carlos Sampaio (PSDB)
O deputado mais votado da
região de Campinas (SP) recebeu R$250 mil de uma empreiteira envolvida no
esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava-Jato. Sua última
campanha arrecadou, oficialmente, R$3 milhões. Não há comprovação sobre a
lisura da doação.
Sampaio, coordenador
jurídico do PSDB e autor do pedido para que Aécio fosse empossado no lugar de
Dilma Rousseff, teve reprovada a sua prestação de contas referente às eleições
para a Assembleia de São Paulo, em 1998, e às eleições municipais de Campinas,
em 2008. 8) Luiz Penna (PV)
O presidente do PV também
aparece um tanto escondido na fotografia. Irregularidades já remetidas à
prestações de contas do partido incluem seu nome. Em 2006, por exemplo, boa
parte dos R$37,8 mil gastos em passagens aéreas e R$76,8 mil com diárias de
campanhas eleitorais foram atribuídos a José Luís Penna.
Na época, servidores do
TSE apontaram ausência de documentos que comprovassem os gastos e uso de notas
frias, indicando empresas fantasmas que teriam prestado os serviços.
O corpo técnico do
Tribunal sugeriu a rejeição das contas do partido de 2004, 2005 e 2006. O
deputado federal respondeu a dois processos judiciais, um pelo TRE/SP,
rejeitando a sua prestação de contas à eleição de 2006, e outra pelo TSE
reprovando as contas do PV de 2004. 9) Flexa Ribeiro (PSDB)
O hoje senador já foi
preso pela Polícia Federal em 2004, na Operação Pororoca, por fraude em
licitações de grandes obras realizadas no Amapá. Foi acusado de corrupção ativa
e passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, peculato,
prevaricação, usurpação de função pública e inserção de dados falsos em sistema
de informações. 10) Antonio Imbassahy (PSDB)
O deputado federal tucano
era prefeito de Salvador em 1999, quando contratos suspeitos foram assinados
com as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens, que formavam o
consórcio responsável pelo metrô da capital baiana.
O Ministério Público
Federal investiga o superfaturamento nas obras, que gira em torno de R$166
milhões. Até agora, dois gestores indicados por Imbassahy à época e duas
empresas foram indiciadas.
O tucano é o
vice-presidente da CPI da Petrobras, que investiga desvios de verbas da
estatal, onde diretores da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também aparecem
como réus.
Imbassahy foi acusado pelo PT de se aproveitar do posto na CPI para pedir documentos à Petrobras e vazar para a imprensa. 11) Beto Albuquerque (PSB)
Imbassahy foi acusado pelo PT de se aproveitar do posto na CPI para pedir documentos à Petrobras e vazar para a imprensa. 11) Beto Albuquerque (PSB)
Ex-colaborador do governo
Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque (PSB) foi envolvido na
intriga que rendeu a queda do então diretor-geral do Departamento de Autônomo
de Estradas de Rodagem (Daer) José Francisco Thormann.
Thormann se antecipou a
uma demissão após a imprensa local ter revelado que ele viajou à Suíça à custa
de uma empresa privada subcontratada para fazer obras no Estado. Em nota de
defesa, Thormann afastou suspeitas sobre o fato, e revelou que Beto
Albuquerque, quando secretário de Infraestrutura do Estado.
Também fez viagens ao exterior bancadas por
empresas que detinham contratos com o poder público. Quando a notícia surgiu,
Beto já não era secretário – tinha deixado a gestão petista para reforçar a
bancada do PSB na Câmara Federal.
Fonte: Jornal GGN
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