sexta-feira, 17 de julho de 2015

Sementes crioulas: tradição entre famílias sertanejas contribui para a agrobiodiversidade


Bancos comunitários fortalecem agricultura familiar e soberania alimentar

A disseminação das também denominadas sementes da paixão ou da resistência tem sido feita, através dos tempos, por famílias sertanejas que se preocupam em guardá-las para futuras gerações. 

É assim até hoje, graças à manutenção de bancos comunitários de sementes crioulas que viabilizam o armazenamento e a distribuição organizada para agricultoras e agricultores locais que contribuem com doações de sementes. É a participação de um maior número de pessoas com diferentes variedades que permite o cultivo diversificado.

Para enriquecer a variedade na hora do plantio, outra prática pode contribuir:  a troca de sementes em eventos como feiras e intercâmbios de conhecimento. É importante, no entanto, se assegurar de que a semente em questão é adaptada à sua região, no caso, o Semiárido, uma vez que há sementes crioulas nativas de outras áreas.

Além de contribuírem para a geração de alimentos e para a soberania e a segurança alimentar, essas sementes trazem benefícios para a agrobiodiversidade da Caatinga, a agricultura familiar e o desenvolvimento rural. Isso sem dizer dos aspectos identitários que são fortalecidos por meio dessa prática que atravessa gerações, buscando valorizar a família sertaneja e a vida no Semiárido.

A agricultora experimentadora Cida Silva, do município de Porto da Folha, Sergipe, destaca a relação que as sementes crioulas têm com a cultura e a identidade locais: “a semente crioula é aquela que a gente cultiva, que nossos pais cultivavam, é uma semente da nossa região. É uma cultura dos nossos antepassados, uma coisa que a gente não vai perder”.

Na hora de participar ou criar um banco, é importante lembrar que tão importante quanto adquirir as sementes é armazená-las de forma adequada.  O local para o armazenamento deve ser seco e fresco. É indicado que os recipientes sejam de vidro, latas ou garrafas plásticas.  Sacos de pano, papel ou plástico fino não são indicados.

Identificar cada recipiente, o nome da variedade, o local da coleta e o ano da safra podem ajudar na organização, bem como criar algumas regras de conduta para que todos se beneficiem dessa poderosa estratégia de convivência com o Semiárido. Vídeo.

O vídeo Tecnologia e Inovações – Sementes crioulas  busca contribuir para a disseminação de conhecimentos sobre iniciativas de criação e manutenção de bancos de sementes crioulas. 

As agricultoras Cida Silva, de Porto da Folha (SE) e Francinete Lima Gomes, de Ouricuri (PE) participam e destacam, entre outros pontos, a relação que as sementes crioulas têm com a cultura e a identidade locais e com a conservação da Caatinga.

FONTE: Núcleo de Comunicação do Programa Semear

Nenhum comentário:

Postar um comentário