Bancos comunitários
fortalecem agricultura familiar e soberania alimentar
A disseminação das também
denominadas sementes da paixão ou da resistência tem sido feita, através dos
tempos, por famílias sertanejas que se preocupam em guardá-las para futuras
gerações.
É assim até hoje, graças à
manutenção de bancos comunitários de sementes crioulas que viabilizam o
armazenamento e a distribuição organizada para agricultoras e agricultores
locais que contribuem com doações de sementes. É a participação de um maior número
de pessoas com diferentes variedades que permite o cultivo diversificado.
Para enriquecer a
variedade na hora do plantio, outra prática pode contribuir: a troca de sementes em eventos como feiras e
intercâmbios de conhecimento. É importante, no entanto, se assegurar de que a
semente em questão é adaptada à sua região, no caso, o Semiárido, uma vez que
há sementes crioulas nativas de outras áreas.
Além de contribuírem para
a geração de alimentos e para a soberania e a segurança alimentar, essas sementes
trazem benefícios para a agrobiodiversidade da Caatinga, a agricultura familiar
e o desenvolvimento rural. Isso sem dizer dos aspectos identitários que são
fortalecidos por meio dessa prática que atravessa gerações, buscando valorizar
a família sertaneja e a vida no Semiárido.
A agricultora
experimentadora Cida Silva, do município de Porto da Folha, Sergipe, destaca a
relação que as sementes crioulas têm com a cultura e a identidade locais: “a
semente crioula é aquela que a gente cultiva, que nossos pais cultivavam, é uma
semente da nossa região. É uma cultura dos nossos antepassados, uma coisa que a
gente não vai perder”.
Na hora de participar ou
criar um banco, é importante lembrar que tão importante quanto adquirir as
sementes é armazená-las de forma adequada.
O local para o armazenamento deve ser seco e fresco. É indicado que os
recipientes sejam de vidro, latas ou garrafas plásticas. Sacos de pano, papel ou plástico fino não são
indicados.
Identificar cada
recipiente, o nome da variedade, o local da coleta e o ano da safra podem
ajudar na organização, bem como criar algumas regras de conduta para que todos
se beneficiem dessa poderosa estratégia de convivência com o Semiárido. Vídeo.
O vídeo Tecnologia e
Inovações – Sementes crioulas busca contribuir
para a disseminação de conhecimentos sobre iniciativas de criação e manutenção
de bancos de sementes crioulas.
As agricultoras Cida
Silva, de Porto da Folha (SE) e Francinete Lima Gomes, de Ouricuri (PE)
participam e destacam, entre outros pontos, a relação que as sementes crioulas
têm com a cultura e a identidade locais e com a conservação da Caatinga.
FONTE: Núcleo de
Comunicação do Programa Semear
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