Graças à Lei de Acesso à
Informação, os contribuintes mineiros saberão o uso que foi dado, pelo governo
de Minas Gerais, às aeronaves oficiais, nos anos em que o estado foi governado
pelos tucanos Aécio Neves (PSDB-MG) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), ambos senadores.
Nos oito anos de governo
Aécio, houve nada menos que 198 voos sem autoridades oficiais a bordo. Com
Anastasia, foram 60 voos sem o governador ou ou autoridades cuja legislação
autoriza o voo – ou seja, ambos contrariaram a lei, configurando atos de
improbidade administrativa.
Os dados foram obtidos
pelos repórteres Ranier Bragon e Aguirre Talento, que recorreram à Lei de
Acesso à Informação e publicam reportagem na edição deste domingo da Folha de
S. Paulo. O mais surpreendente, no entanto, é a lista de passageiros. Nos 12
anos de governo tucano, a "AeroAécio" transportou barões da mídia e
amigos pessoais de Aécio.
Em 2010, por exemplo,
Aécio cedeu o helicóptero oficial para que Roberto Civita, ex-presidente da
Abril, já falecido, e sua esposa Maria Antonia visitassem o Museu de Inhotim,
no interior de Minas Gerais.
Outro passageiro da
"AeroAécio" foi o apresentador Luciano Huck, da Globo, que usou
aviões oficiais para viajar ao interior de Minas – num dos voos, viajou
acompanhado da dupla sertaneja Sandy & Júnior.
Também passageiro
frequente, quase com direito a cartão fidelidade, Ricardo Teixeira,
ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, usou três vezes o
helicóptero oficial e três vezes o jato para se deslocar entre Belo Horizonte,
Rio de Janeiro e São Paulo.
Também voaram nas asas do
contribuinte mineiro o ator Milton Gonçalves e o empresário José Bonifácio
Sobrinho, o Boni, que foi um dos homens-forte da Globo. "Interesses do
Estado" Questionado pela reportagem, Aécio respondeu por meio de sua
assessoria e disse que todos os voos "atenderam a interesses da
administração do Estado".
Em relação ao caso Civita,
por exemplo, ele afirmou que era importante apresentar o Museu Inhotim a um dos
empresários de comunicação do País, como se Civita, bilionário, não pudesse se
deslocar com seus próprios recursos. No caso de Huck, Aécio disse que a cessão
do avião se justificou para que fosse divulgado o roteiro da Estrada Real.
É Aécio o personagem
"moralista" que, há mais de um ano, vem tumultuando a vida política e
econômica do País, com sua obsessão golpista, desde que foi derrotado nas
eleições presidenciais de 2014.
Fonte: Brasil 247
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