Claudio Mota: Mídia esquece escândalos do PSDB/DEM: R$ 109,9 bilhões
Se há
polêmica, nada melhor do que um tira-teima, especialmente sobre a corrupção,
tema atual do Brasil, observando o montante de dinheiro público desviado nos
casos que envolvem os principais partidos que disputam o poder no país no
período mais recente da nossa história: PT e PSDB. Sem esquecer o mensalão do
DEM.
Pelos
números divulgados via imprensa e estabelecidos nas ações calculadas pelo
Judiciário desde a década de 1990, o PSDB/DEM ganha de goleada: R$ 109,9
bilhões, contra R$ 20,1 bilhões do PT. O valor aqui engloba o mensalão (R$ 130
milhões, segundo a Wikipédia, e R$ 73 milhões, de acordo o ex-ministro do STF
Joaquim Barbosa) e o caso Petrobras (R$ 6,1 bilhões, referentes à Lava Jato.
(Mas de
acordo com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da operação, mas pode
superar R$ 20 bilhões, por conta do lucro ilícito que as empresas receberam com
superfaturamento de contratos).
No
comparativo, os valores em dólar foram transformados em reais, com a cotação de
R$ 3,80. Resgatar o tema é pertinente porque a discussão sobre corrupção
mobiliza as atenções do noticiário, embora o pedido de impeachment da
presidenta Dilma se apoie na chamada pedalada fiscal.
Aliás,
questionado por juristas renomados do Brasil e até políticos tucanos, como o
senador Tasso Jereissati. Quando a grande imprensa esquece outros casos,
observamos que a luta política define os critérios de avaliação dos casos de
corrupção no Brasil. Vemos julgamento e punição para quem foi acusado de
desviar menos dinheiro público, enquanto quem praticou mais corrupção está
livre.
Se a grande
mídia faz sua agenda setting focando no PT, é importante lembrar o período em
que o país foi dirigido pelo PSDB, com apoio do DEM. Privatizações:
prejuízo de R$ 103,751 bilhões; O país
teve um prejuízo de pelo menos R$ 103,751 bilhões com as privatizações do
patrimônio público, dado a preço de banana a grandes grupos privados, durante o
governo FHC.
Segundo
matéria do jornal Folha de S. Paulo, de 5/12/1999, resgatada pela
Fundação Perseu Abramo em seu site, o ganho sobre o patrimônio líquido das
empresas privatizadas foi de apenas US$ 17,865 bilhões (R$ 67,887 bilhões). Já
o total de benefícios concedidos aos compradores foi de US$ 45,168 bilhões (R$
171,638 bilhões):
US$ 15,919
bilhões em créditos tributários (escândalo pouco conhecido da população e que
explicamos a seguir); US$ 8,958 bilhões de “moedas podres” (títulos que foram
esquentados e que, como o nome diz, não tinham quase nenhum valor de mercado) e
US$ 20,289 bilhões em financiamentos concedidos antes e depois das
privatizações. Mensalão do PSDB: desvio de R$ 496 milhões.
Aqui temos
investigações ocorrendo há mais de 10 anos e processos na Justiça há cinco. De
acordo com a Polícia Federal, no mensalão tucano seis empreiteiras doaram R$
8,2 milhões para a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG), sem declarar à
Justiça Eleitoral, obrigatório por lei. O jornal Folha de S. Paulo
revelou que essas seis empresas receberam R$ 296 milhões em pagamentos por
obras na gestão governador eleito.
De acordo
com o jornalista Paulo Moreira Leite, o esquema abastecia as agências de Marcos
Valério (preso no chamado mensalão do PT), com recursos do Visanet para ajudar
a pagar as contas da campanha de 1998 do PSDB. A CPMI (Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito) dos Correios apontou que o esquema tucano levantou mais R$
200 milhões.
Metrô de São Paulo: desvio de R$ 425 milhões; O dinheiro
desviado foi de, pelo menos, R$ 425 milhões, segundo reportagem da IstoÉ,
publicada pela Carta Maior. O Caso envolve a Alstom, multinacional francesa que
teria subornado políticos ligados ao governo paulista de Geraldo Alckmin para
ganhar o contrato da expansão do metrô de São Paulo, e a Siemens, empresa que
admitiu ter formado cartel com outras 13 para fraudar as licitações dos metrôs
da cidade paulista e do Distrito Federal.
Pasta Rosa: desvio de R$ 9,12 milhões; Acontece um 1995, envolvendo US$ 2,4 milhões de dólares (R$ 9,12
milhões). Uma auditoria no então Banco Econômico encontrou um dossiê com
documentos que indicavam a existência de um esquema ilegal de doação eleitoral.
Envolvia a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Antônio Calmon de Sá,
dono do banco.
O esquema apontava a distribuição ilegal desse
dinheiro a 45 políticos que se candidataram nas eleições de 1990, entre eles
José Serra (PSDB), Antônio Carlos Magalhães (antigo PFL, hoje DEM) e José
Sarney (PMDB). Caso Sivam: prejuízo de R$ 5,3 bilhões; Escândalo estourou em 1995 e envolveu
denúncias de corrupção e tráfico de influência na implantação do Sistema de
Vigilância da Amazônia.
A empresa
norte-americana Raytheon arrematou, sem licitação, o contrato de US$ 1,4 bilhão
(R$ 5,3 bilhões). Mensalão do DEM: desvio de R$
739,5 milhões; O desvio foi R$ 739,5
milhões, calculado pela ação do Ministério Público (MPDF). Foi descoberto em
2009, pela Polícia Federal. Entre outras acusações está a “exigência de
vantagem indevida” (propina) ao ex-governador José Roberto Arruda.
Segundo o
MPDF, é referente à compra de apoio parlamentar no Distrito Federal, por
Arruda, que integrava os quadros do DEM. Somando todos os valores, encontramos
um total de R$ 109.981.120.000,00, enquanto o que a grande imprensa chama de
“maior escândalo de corrupção da história”, envolveu em trono de R$ 20,130; Por Claudio Mota.
Fonte: Portal Vermelho
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