"O
importante é que tudo seja investigado, com o mesmo rigor da Lava-Jato. Sem
deixar de lado a menção do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em delação premiada de
amigo de Dirceu sobre esquemas em Furnas”.
E
diz editorial do Globo, de João Roberto Marinho, citando a delação de Fernando
Moura; "Não importa que seja pouco verossímil um tucano ter feito
nomeações no governo Lula"; o fato é que Dimas Toledo, indicado por Aécio
por uma diretoria em Furnas.
Que
manteve-se no cargo durante quase três anos no governo Lula e só caiu quando
foi denunciado o mensalão da estatal. Em editorial publicado neste domingo, o jornal O Globo,
de João Roberto Marinho, defende que a delação premiada de Fernando Mouro, que
apontou a influência do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em Furnas, seja
investigada.
O Globo, no entanto, afirma não ser verossímil
que um tucano tenha indicado um diretor em Furnas, quando a realidade é
exatamente a oposta (leia mais em Denúncia de
lobista contra Aécio é 100% verossímil). É
imperioso investigar toda denúncia:
Não se duvida que a corrupção no Brasil seja
pluripartidária. Num país de tão arraigada cultura patrimonialista, em que
donos de cargos públicos costumam misturar negócios do Estado com interesses
privados, o ofício de surrupiar o dinheiro do contribuinte não haveria de ser
exclusivo de algumas poucas correntes político-ideológicas.
Ainda mais depois que o PT e aliados,
conhecidos por construir no palanque um discurso pela absoluta lisura no manejo
de recursos do povo, terminaram nivelados por baixo nos subterrâneos das
traficâncias financeiras mais tenebrosas. A ponto de desestabilizarem a maior
empresa brasileira, a Petrobras, num escândalo de dimensões para além das
fronteiras.
Os malfeitos do lado do PSDB também não podem
ser esquecidos. Por exemplo, a primazia de ter sido o partido, na sua seção
mineira, em que Marcos Valério, então um lobista e operador financeiro do mundo
da política atuando também como publicitário.
E testou a
tecnologia de lavagem de dinheiro desviado dos cofres do Palácio da Liberdade,
por meio de campanhas publicitárias fajutas articuladas com empréstimos
forjados em bancos mineiros.
A cúpula do PT da campanha de Lula de 2002 se
interessou pelo know-how de Valério, e foi assim que surgiu o mensalão mais
famoso que o mineiro. O sucesso não foi absoluto porque o tucano de Minas
Eduardo Azeredo perdeu a eleição em que atuou o valerioduto, e já foi condenado
em primeira instância — renunciou ao cargo de deputado federal.
Para escapar do Supremo, e levar o processo a
percorrer, certamente de forma demorada, todas as instâncias iniciais. E
Valério, bem como petistas ilustres terminaram presos — José Genoino, Delúbio,
José Dirceu. Já no estado de São Paulo, a grande cidadela tucana, a imagem do
PSDB já carrega a mancha da conivência com um cartel de fabricantes de trens
(Alstom.
Siemens) envolvido numa história de
denúncias de corrupção em que um dos principais acusados foi chefe da Casa
Civil no governo Mário Covas, Robson Marinho, conselheiro afastado do Tribunal
de Contas do Estado. E dono de contas na Suíça. Por estes dias,
enquanto o lulopetismo sangra na Lava-Jato.
Com revelações sobre o sítio e o tríplex
reformado por empreiteiras para agradar (ou ressarcir) Lula, estourou mais um
caso tucano: fraude no fornecimento da merenda escolar, com o suposto pagamento
de propinas a gente ligada ao governador Geraldo Alckmin.
O PT não perde a oportunidade de alvejar o
governador, um dos prováveis candidatos ao Planalto. O próprio Lula atua no
canhoneio, numa tentativa de redução de danos. O importante é que tudo seja
investigado, com o mesmo rigor da Lava-Jato.
Sem deixar de lado a menção do senador Aécio
Neves (PSDB-MG) em delação premiada de amigo de Dirceu sobre esquemas em
Furnas. Não importa que seja pouco verossímil um tucano ter feito nomeações no
governo Lula. Deve-se é checar, sem preocupações com partidos e pedigrees
políticos, e punir, como tem sido feito até agora.
Fonte:
http://www.brasil247.com/
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