O deputado estadual Frei Anastácio (PT) denunciou hoje (10), no plenário
da Assembleia Legislativa, que o Grupo de Operações Especiais da Paraíba (GOE)
está tentando transformar vítimas em culpados, no incidente que ocorreu sábado
(5), no acampamento Wanderley Caixe, em Caaporã. “Três policiais de Pernambuco
invadiram o acampamento armados, foram detidos pelos trabalhadores, mas o GOE
está acusando os sem terra de cometer crime de cárcere privado. Não dá para
aceitar esse tipo de inversão dos fatos. Os trabalhadores agiram em legítima
defesa”, disse Frei Anastácio. Frei Anastácio disse que enquanto o delegado do
GOE, Thiago Sandes, ouviu os policiais e os liberou, tratando os sem terra como
culpados, em Pernambuco os três militares foram presos. “Eu recebi a visita do
chefe do Serviço Secreto da PM de Pernambuco, no meu gabinete, que veio em
busca de informações sobre o caso. Ele disse que os policiais não tinham
nenhuma autorização para agir em outro estado e invadir acampamento de sem
terra. Irão permanecer presos até a conclusão de um processo administrativo que
já foi aberto”, disse o deputado. Frei Anastácio relatou ainda que os três
policiais estavam prontos para prender, ilegalmente, os lideres do movimento e
desaparecer com eles. “Para se ter uma idéia, só um deles estava com 40 balas
de pistola ponto 40 e nenhum foi sequer indiciado na Paraíba. Esses mesmos
homens já vinham rondando o acampamento, rendendo trabalhadores com armas, em
busca dos líderes. Eles chegaram até a rasgar documentos dos trabalhadores”,
disse Frei Anastácio. O petista reforçou que a acusação de cárcere privado
contra os trabalhadores não é verdadeira. “Refém é a pessoa que se entrega
ao inimigo como uma espécie de garantia da execução de um tratado. Refém é
quando a pessoa é sequestrada e detida para obrigar outrem a ceder a exigências
dos que a seqüestraram. Lá no acampamento não aconteceu nada disso. O que houve
foi uma legítima defesa”, destacou Frei Anastácio. Comissão de deputados: Durante o pronunciamento de Frei
Anastácio, o deputado Anísio Maia (PT) fez um aparte para falar sobre a
gravidade da situação de inversão da verdade, pelo GOE. O deputado propôs que
seja formada uma comissão de parlamentares para falar com o secretário de
segurança pública, Claudio Lima, com objetivo de rever essa situação. “Os sem
terra agiram como qualquer outro cidadão faria, apenas se defenderam e agiram
com muita responsabilidade ao entregarem os três policiais a Polícia Rodoviária
Federal”, disse Anísio.
Fonte: WWW.freianastacio.com.br
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