terça-feira, 12 de maio de 2015

"Antes do Pronaf, tudo era muito difícil para nós"

Mãe de nove filhos, agricultora familiar produz 40 mil pés de morango; Pronaf registra recorde de pedidos de financiamento; Para ministro Patrus Ananias, mulher garante unidade familiar no campo“A minha filha de 25 anos, a Mariana, faz faculdade em agroecologia. 

Aquela horta ali é ela quem cuida”, orgulha-se a agricultora familiar Noilde Maria de Jesus, 45 anos, em conversa com o Portal Brasil. Moradora de Brazlândia (DF) e mãe de nove filhos, ela trabalhava como diarista em 2008. 

O acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), há seis anos, abriu novas oportunidades profissionais.

“Antes do Pronaf, tudo era muito difícil”, conta Noilde. “Eu fazia faxina nas chácaras dos vizinhos”. Depois do acesso ao crédito, ela tornou-se microempreendedora individual e hoje mantém uma produção de 40 mil pés de morango. Proprietária da Chácara Renascer, situada em um assentamento da região administrativa de Brazlândia, ela já recebeu o Trófeu Ouro no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.

Noilde integra um grupo crescente de brasileiras que passaram a desempenhar papel crucial na renda das famílias de pequenos agricultores. Os números indicam que as mulheres do campo já superam a contribuição financeira das chefes de família de domicílios urbanos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), 42,4% das mulheres rurais geram renda, enquanto nas cidades, o índice é de 40,7%. O Nordeste é a região onde as mulheres rurais mais contribuem para a geração de renda das famílias (51%).

Peça-chave na produção de alimentos e na garantia da segurança alimentar das famílias que vivem no campo, a agricultura familiar tem na mulher rural o seu principal alicerce. As mulheres do campo são responsáveis pela alimentação das crianças, acesso à terra, aquisição e manipulação de alimentos e participam cada vez mais da geração de renda no campo.

No ano passado, o Pronaf registrou um recorde de mulheres nos pedidos de financiamento: no primeiro trimestre da safra 2014/2015, cerca de 160 mil agricultoras deram entrada para aquisição de crédito pelo programa. De julho de 2014 a março de 2015, as mulheres foram responsáveis por nada menos do que 423 mil contratos.

Em 2015, os investimentos voltados apenas para as mulheres no campo somam R$ 2,4 bilhões, número muito acima da safra anterior. De acordo com o ministro Patrus Ananias, é pela agricultura familiar que os pequenos produtores alcançam autonomia financeira. “São as mulheres que garantem a unidade familiar. Por isso, temos hoje 340 mil contratos destinados às mulheres”, avalia Ananias. Assistência técnica e crédito fundiário:

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a safra 2014/2015, a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) irá atender mais de 800 mil famílias, sendo que 50% são mulheres. 


A Ater é uma política essencial para aumentar a renda e a melhoria da qualidade de vida de agricultoras e agricultores familiares. Atualmente, 673 mil famílias da agricultura familiar e dos assentamentos da reforma agrária são atendidas pelo programa.

Os pedidos de crédito fundiário também comprovam o aumento da participação econômica da mulher no campo. Em 2014, cerca de 20% dos imóveis do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNFC) 

foram obtidos por mulheres. Em 2004, eram 6,4%. A julgar pelo ritmo de 2015, o número pode subir ainda mais: apenas nos quatro primeiros meses deste ano, os acessos feitos por mulheres já somam 15%.

Fonte: Portal Brasi

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