Foto: Wilson Dias/Agência
Brasil
O relatório da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado pela BBC Brasil
nesta quinta-feira (21), destaca o papel do Brasil na redução da desigualdade
na América Latina na última década. De acordo com o documento, a maioria dos
países da América Latina.
“particularmente o
Brasil”, vem reduzindo de forma generalizada a desigualdade, desde o final dos
anos 90. “Essa redução não ocorreu de forma tão acentuada em outras regiões”,
afirmou à BBC o analista de políticas sociais da OCDE, Horácio Levy.
O estudo aponta uma queda
na desigualdade de renda na região, enquanto nos países ricos continua em alta.
“A trajetória da América Latina contrasta com as dos países da OCDE, onde a
desigualdade de renda tem aumentado desde o início dos anos 80”, comparou o
especialista.
A desigualdade de renda
nesses países atingiu, em alguns casos, “altas históricas”, diz o documento
denominado “Juntos nisso – Por que menos desigualdade beneficia a todos”.
(tradução livre).
Os dados da OCDE indicam
que os 10% mais ricos ganham 9,6 vezes mais do que os 10% mais pobres. Essa
proporção vem crescendo desde a década de 80, quando era de sete vezes mais. Na
década de 2000, subiu para 9,1 vezes mais, chegando aos 9,6 atuais.
Gini - O documento alerta,
no entanto, para o fato de haver uma desaceleração na desigualdade latina a
partir de 2010. Segundo a OCDE, o coeficiente Gini, que mede a desigualdade de
renda, é de 0,32 na média dos países ricos da OCDE. O índice vai de 0 a 1 -
quanto mais alto, maior a desigualdade. O Gini do Brasil é 0,55; do México,
0,48; e, do Chile, 0,51.
Em meados da década de 80,
o coeficiente médio de 22 países da OCDE era de 0,29. O aumento de quase 11% no
índice representa crescimento da desigualdade. No Brasil, o coeficiente Gini
passou de 0,6, em meados dos anos 90, para 0,55 agora – queda de
aproximadamente 8%.
Na América Latina, a
redução das diferenças salariais aparece como principal fator para explicar a
queda das desigualdades. Isso ocorreu, segundo o estudo, “em razão do maior
acesso à educação nesses países” e aumento nos gastos na área de saúde e educação”.
Proteção social -
Economias emergentes como o Brasil, de acordo com o estudo, acertaram ao optar
por medidas de reforço da proteção social e de redistribuição de renda para
combater a redução da pobreza e da desigualdade.
A ampliação do acesso à
educação e o aumento no salário mínimo resultou, no Brasil e em outros países
analisados, na redução da desigualdade de renda no trabalho. A diferença
salarial entre postos que exigem maior e menor qualificação diminuiu.
Além disso, a ampliação
dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, por exemplo,
contribuíram para promover maior redistribuição de renda e, consequentemente,
mais desenvolvimento.
Para reduzir a distância
entre ricos e pobres e ampliar o crescimento, o relatório recomenda a promoção
de mais igualdade entre homens e mulheres, ampliação do acesso a melhores
empregos, mais investimentos em educação e formação e redistribuição de
recursos, por meio de transferências de renda.
Sugere, ainda, que as
economias emergentes avancem nas medidas de formalização da mão de obra e
simplificação do sistema tributário. Citou a implantação do Simples Nacional,
pelo Brasil, como exemplo de sucesso.
PT na Câmara com PT de
Notícias e agências
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