Se este impeachment
acontecer, os golpistas que assumirem o poder vão ter de usar muita bomba,
muito cassetete.
Setores crescentes da sociedade não aceitarão facilmente um
golpe paraguaio. O impeachment pode ter apoio dos retardados on line, mas os
cientistas políticos, em sua esmagadora maioria, são contra. Na época de Collor, havia consenso contra o presidente. Hoje não.
Há uma preocupação genuína em se
preservar a democracia, contra aventuras políticas e rupturas traumáticas. O
respeito ao resultado das urnas é condição essencial para termos uma democracia
consolidada. No site da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP).
Nota: ABCP expressa
preocupação e perplexidade com a aceitação do pedido de impeachment do mandato
de Dilma Rousseff; A Associação Brasileira de Ciência Política vem a público
expressar sua preocupação com o pedido de impeachment do mandato exercido pela
presidente Dilma Rousseff.
Aceito ontem pelo presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha. A ABCP conclama os atores políticos do país a agirem
com responsabilidade na defesa da estabilidade das instituições democráticas.
Embora o instrumento
jurídico-político do impeachment faça parte da institucionalidade democrática
existente no Brasil, causa perplexidade e preocupação a forma como ele foi
aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados.
Acuado por gravíssimas
denúncias de corrupção e ocultação de recursos no exterior, o deputado Cunha
utilizou-se do instrumento, talvez o mais importante na defesa da ordem
democrática, como arma na tentativa de resguardar seus interesses privados.
Por conta disso, a ABCP expressa a sua perplexidade
diante da utilização ilegítima e sem fundamentação jurídica do instrumento do
impeachment por uma das mais altas autoridades da república. Independentemente
das opiniões favoráveis ou contrárias ao governo de Dilma Rousseff.
A ABCP
chama a atenção da população brasileira para os riscos iminentes diante das
grandes conquistas da nossa democracia desde 1988. Temos no Brasil instituições republicanas fortes, um judiciário independente e uma cidadania ativa.
Acreditamos que o grave momento por que passa a democracia no país tem
de ser resolvido no sentido do reforço da legalidade, da impessoalidade, do
interesse público e do equilíbrio entre os poderes que têm inspirado nossa
construção democrática desde 1988. (Por Miguel do Rosário.)
Fonte: Cafezinho
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