Por Emir
Sader
Depois
de quatro derrotas sucessivas nas eleições presidenciais, o PSDB, levado pelas
mãos aventureiras de Aécio Neves e FHC, se mete em um processo de crise que
pode terminar de vez com o partido.
Em
2014 o partido teve, de novo, expectativas de ganhar. Uma vez quando Marina
virou sobre Dilma e FHC chegou a propor a Aécio que retirasse sua candidatura
para tentarem ganhar no primeiro turno. Depois, quando Aécio ficou em primeiro
lugar no segundo turno e, finalmente, na patética comemoração apressada da
vitória, no dia das apurações.
Depois,
bateu o desespero no PSDB. Tinha se valido já dos seus três candidatos – Serra,
por duas vezes, Alckmin e Aécio –, com a perspectiva de retomar algum deles, com
o risco de enfrentar Lula e a comparação entre o governo FHC e seus gurus
econômicos e as realizações dos governos do PT.
O
desespero de dois políticos sem futuro levou à aventura de jogar tudo no
impeachment, sem fundamento algum, passando-se por golpistas, sem proposta
alguma para sair da crise. Tentaram o impeachment pela aliança com Eduardo
Cunha, com Temer, mas foram vendo se esgotar suas possibilidades, apegando-se a
qualquer possibilidade ainda restante.
Enquanto
isso, os governadores não os acompanharam. Todos tratam de sair-se bem nos seus
mandatos, com boas relações com o governo federal. Serra esperando que pudesse
sobrar algo para ele num ex-futuro governo Temer ou na mágica do
parlamentarismo.
Tudo
em vão, os tucanos vão tendo que se enfrentar com a realidade concreta, sem
impeachment, com Alckmin desgastado no governo de São Paulo, com Aécio
fragilizado, sem conseguir derrubar a imagem de Lula. E o partido, que tanto
falou da crise do PT, se encontra num processo de crise terminal.
Não
pode repetir o mesmo tipo de candidatura e de campanha das últimas quatro
eleições, senão corre de novo o risco sério de 2014, de ser superado por algum
outro candidato, talvez Marina, e ficar fora do segundo turno. Ou, ainda pior,
dividir-se até lá, com a saída de alguns políticos importantes e chegar a 2018
como um partido intranscendente.
O desespero e o aventureirismo de Aécio
e de FHC levaram os tucanos a essa situação terminal. Sem proposta, sem
candidatos, sem unidade interna, sem perspectivas. Os dois confundiram sua
falta de perspectiva pessoal com a do partido e o levaram a essa situação.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário